6 de ago. de 2009

Exportações de carnes têm redução em julho

Fonte:
Valor Econômico
5/8/2009


As exportações brasileiras de carnes recuaram em julho passado, tanto em volumes quanto em receita. Os preços também sofreram desvalorização em relação ao mesmo período de 2008, reflexo da demanda internacional ainda hesitante.

Dados preliminares do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, compilados pela Brascan, mostram que as exportações de frango in natura somaram US$ 448,4 milhões, 23,9% menos do que em igual período de 2008 e 2,2% menor que em junho. O volume ficou em 288,8 mil toneladas, queda de 5,7% e 4,3%, respectivamente, na mesma comparação. Os preços médios de exportação tiveram queda de 19,3% no ano.

As quedas também foram expressivas na carne bovina in natura. As vendas externas totalizaram US$ 277,7 milhões em julho, recuo de 28,9% ante igual mês de 2008 e de 4% no mês. Foram 82,1 mil toneladas embarcadas no mês passado, queda de 12% e de 8,6%, também na mesma comparação. O preço caiu 19,2% ante julho de 2008 e 5% em relação a junho deste ano.

O pior desempenho foi o da carne suína. A receita com os embarques em julho foi de US$ 91,2 milhões, queda de 42,1% em relação ao mesmo intervalo de 2008 e de 3,6% sobre o mês anterior. O volume caiu 16,4%, para 42,2 mil toneladas. O número é 11,3% menor do que o de junho deste ano. Os preços também despencaram em relação a julho de 2008: 30,8%.

Justiça decide por cobrança de pedágio

Fonte:
Agência Estado
5/8/2009


A liminar que suspendia a cobrança de pedágio no trecho oeste do Rodoanel foi derrubada na última segunda-feira pelo vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Antônio Carlos Munhoz Soares. Ele acatou pedido suspensivo feito pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Estado de São Paulo (Artesp) e pela Fazenda do Estado. Foi alegado "indubitável" perigo do desequilíbrio contratual das relações jurídicas mantidas pelo poder público com a Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), que administra o trecho oeste. "Também estão presentes os requisitos de ofensa à ordem, à segurança e à economia, todos de caráter público, de molde a gerar situação de incerteza e insegurança pública quanto aos parâmetros estabelecidos em face dos paradigmas já julgados", escreveu o vice-presidente. Agora, Artesp e Fazenda têm prazo de 10 dias para mostrar dados sobre o possível desequilíbrio contratual que poderia ser provocado.

Na teoria, a cobrança do pedágio estava suspensa desde a semana passada, depois que o juiz Rômolo Russo Júnior, da 5ª Vara da Fazenda Pública, acatou liminar pedida em ação popular que reclamava a suspensão do pagamento. Russo Júnior tomou como base a Lei Estadual 2.481, de 1953, que proíbe a instalação de pedágio em distância inferior a 35 km do Marco Zero da capital. Mesmo assim, a cobrança continuou, segundo a CCR, com base em manifestação do próprio TJ.

3 de ago. de 2009

Logística disputa o setor de calçados

Fonte:
DCI
31/7/2009


Apesar do baque sofrido pelos fabricantes de calçados com a crise econômica, o setor de logística confia na recuperação da atividade nos próximos meses e prepara uma série de estratégias para incrementar o atendimento do fluxo entre a indústria e os pontos de venda, especialmente no eixo sul-nordeste do País, conforme apurou o DCI.
Empresas como o Rapidão Cometa querem dobrar a participação do segmento nos negócios de transporte e logística, enquanto a Braspress crê que este se tornará o setor mais representativo dentro da companhia, nos próximos dois anos. Já o Expresso Araçatuba, recentemente adquirido pela TNT Mercurio, acaba de dobrar a capacidade de um centro de distribuição em Goiânia (GO), para atender esse setor.

"Os calçados têm sinergias com outras cargas, como as de confecções e os cosméticos", comentou Oswaldo Castro Jr., diretor geral do Expresso Araçatuba. Ele acrescentou ainda que o atendimento ao setor calçadista também complementa as operações da holandesa TNT - atual controladora do Expresso.

O segmento de calçados representa cerca de 20% dos negócios da empresa de entregas, que nasceu na região de um dos maiores pólos calçadistas do País, o interior paulista. O Expresso também tem forte atuação no Sul brasileiro, que concentra boa parte destas indústrias de vestuário.

A companhia mantém dois hubs (centros de distribuição de cargas), que atendem o setor em São Paulo e Goiânia - este último acaba de ser duplicado para intensificar a distribuição das mercadorias por todo o País, em especial para o Norte, Centro-Oeste e Nordeste brasileiros.

"A produção de calçados cresceu também no Nordeste e, por conta deste avanço, o hub em Goiânia teve sua capacidade duplicada", disse Castro Jr. Entre os clientes do Expresso no setor estão Azaléia, Beira Rio e Grendene.

Outros sete segmentos representam 80% do volume de negócios do Expresso Araçatuba, entre informática, eletrônicos, telecomunicações, autopeças e farmacêuticos. O operador atende ainda ao comércio internacional, nos fluxos de importação e exportação de produtos acabados e insumos para a Argentina, Chile, Paraguai, Peru, Uruguai e Bolívia

Prioridade

Outra companhia que prioriza a distribuição da indústria calçadista para os pontos-de-venda é o Rapidão Cometa, que se diz o maior operador do Sul para o Nordeste, no segmento. "Esse setor responde por 15% dos negócios e vejo um upgrade em relação à ele", disse Edward Montarroyos, diretor de vendas do Rapidão, ao acrescentar que a intenção é saltar para 30% a participação do setor nos negócios até 2010.

Para o diretor, o setor calçadista tem muito potencial a ser explorado, e ele deseja captar isso. Ele contou que a empresa possui uma retaguarda no Nordeste, sendo que o centro de negociação ainda está no Sul, mesmo com algumas grandes fábricas operando em território nordestino.

O Rapidão também possui forte participação tanto em Franca, como em Birigui, disse Montarroyos. "Antes captávamos no Sul e Sudeste para trazer ao Nordeste.

Porém, hoje fazemos qualquer origem qualquer destino, dentro do objetivo do Rapidão que é se consolidar nacionalmente em todas as regiões brasileiras", explicou.

No setor calçadista, a empresa tem acesso a fábricas como as da Azaléia, Grendene e Vulcabras. O portfólio de setores inclui ainda áreas como farmacêutica, de informática, autopeças, telecomunicações, cosméticos, confecções e as vendas pela internet (e-commerce).

O Rapidão Cometa atende a quatro mil localidades, em todos os estados, além de mais de 214 países no mundo por meio de acordo operacional com a FedEx. São 12 mil clientes ativos e uma frota de 2,5 mil veículos. A empresa alcançou faturamento de R$ 700 milhões no ano passado.

Braspress

Giuseppe Lumare Jr., executivo de outra gigante nacional na distribuição de encomendas, a Braspress, faz coro com os executivos do segmento ao falar do potencial da prestação de serviços ao setor de calçados. "Já é o nosso terceiro segmento, hoje em franco crescimento, e para o qual estamos nos esforçando para captar mais clientes", falou.

Lumare afirmou que a Braspress é "líder na distribuição para as confecções" e tem boa atuação na informática, mas acredita que no prazo de dois anos o setor de calçados se torne o principal segmento atendido. "Temos sinergias nas rotas onde distribuímos os outros produtos, com concentração em regiões nos pontos comerciais. Além disso, as características dos volumes são parecidas, otimizando o processo de transporte", explicou.

A Braspress mantém 88 filiais, e pretende captar clientes da indústria calçadista no entorno de pólos como o de Novo Hamburgo, no Sul e nas paulistas Franca, Birigui e Araçatuba, além de Divinópolis (MG) para levar os produtos ao resto do País. No passado, a receita da Braspress atingiu R$ 440 milhões. A empresa acaba de investir R$ 35 milhões para inaugurar um terminal no Rio de Janeiro, com potencial de aumentar 10 vezes o potencial de distribuição naquele estado.

Operadoras criam opções para atender os pequenos

Em tempos bicudos, os operadores logísticos trabalham na criação de bases para a retomada do comércio exterior. A bola da vez está no mercado de pequenas e médias empresas. A estratégia é reforçar os laços com os negócios de menor porte, dar apoio consultivo às operações de importação e exportação e oferecer condições diferenciadas. Entre os principais ganhos para os empresários brasileiros está a possibilidade de terceirizar toda a operação logística, incluindo a burocracia, para os parceiros de negócios. "Nossa equipe cuida do desembaraço na alfândega. O cliente reduz o tempo de entrega ou de recebimento do produto e ganha competitividade no mercado", afirma Juliana Vasconcelos, diretora de marketing da DHL Express.

A DHL lançou um serviço aduaneiro porta a porta, mantém equipe com 20 consultores capazes de orientar todo o processo de importação e exportação, da origem até o destino, sem o envolvimento de terceiros na operação. "Uma das vantagens é a previsão do valor da remessa. Está tudo incluso no frete e o empresário sabe exatamente quanto vai custar a operação, sem valores adicionais para serviços de despacho", explica.


A intensificação no atendimento a empresas de menor porte é uma estratégia anticíclica das empresas de logística. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras registradas entre janeiro de 2009 e a terceira semana de julho tiveram queda média de 22,7% no volume exportado por dia útil, quando comparadas às operações realizadas no mesmo período de 2008. As importações também foram impactadas, com queda de 29,6%. Como resultado, a Infraero registrou queda de 36% no volume de cargas importadas e de 30% nas exportadas.


Além de fidelizar clientes e de ampliar as possibilidades de negócios, os serviços oferecidos pela DHL e suas concorrentes são aliados importantes para quem pretende explorar oportunidades no mercado global. Apesar da queda na demanda internacional, quem se aventurou na seara das exportações, antes do estouro da crise, tenta manter os clientes para não ver os esforços empreendidos em promoção escorrerem pelo ralo.


Nas importações, existem bons negócios para quem tem dinheiro em mãos e quer aproveitar as expectativas de retomada do mercado interno para expandir e modernizar a empresa. "É difícil para uma companhia de menor porte manter uma equipe focada no comércio exterior. Criamos mecanismos para atender este filão e, ao mesmo tempo, informá-lo sobre as condições para atuar no mercado global", afirma Jane Nunes, gerente de vendas para a América Latina da Fedex.


A empresa iniciou em 2005 no Brasil o programa Pymex, iniciativa que facilita o acesso de pequenas e médias empresas na América Latina e Caribe ao mercado global. O pacote compreende a oferta de seminários, consultoria especializada, desenvolvimento de embalagens, descontos que podem chegar a 40% no frete e acompanhamento da carga via internet. "Com mais informação, o empresário pode escapar de verdadeiras roubadas na hora de importar ou exportar. A falta de conhecimento sobre regras para envio de produtos pode culminar na perda da mercadoria", avisa Jane, lembrando que a falta de informação também pode inviabilizar a retirada de produtos na alfândega brasileira.


"Algumas taxas de impostos e serviços de despacho acrescem o preço da mercadoria, tornando-a um peso para o importador."


Juliana, da DHL Express, lembra que as mudanças constantes nas regras alfandegárias, que incluem a intensificação de barreiras em tempos de crise, são dificuldades com as quais as empresas precisam lidar. "Nem sempre os empresários estão preparados para cuidar disso."


Outra facilidade, segundo ela, está no rastreamento das remessas internacionais. "O cliente acompanha em tempo real a mercadoria. Sabe o que tem para receber e se há documentos para providenciar. Na importação, possui o detalhamento da entrega do que exportou, sendo mais eficiente no atendimento ao cliente."


Nas exportações até US$ 50 mil, a Fedex prepara toda a documentação de exportação para os clientes, faz a liberação da carga e é capaz de entregar o pedido na porta do importador, em seu país de destino. "Basta solicitar a coleta pela internet, que nos responsabilizamos por todos os processos. O cliente cuida apenas da cobrança", explica Jane.


Nas importações até US$ 3 mil, o desembaraço alfandegário também é automático. "Para volumes maiores, o cliente pode optar pelos profissionais da Fedex ou contratar um despachante próprio", afirma ela.


A estratégia de atendimento focado em pequenas e médias trouxe frutos promissores para a UPS. A empresa viu a carteira de clientes do segmento crescer 7% na comparação entre 2007 e 2008 e, apesar do arrefecimento da demanda global, tem mantido as empresas conquistadas em sua base. Oferece atendimento diferenciado aos negócios de menor porte por meio de uma central de atendimento, que está preparada para estudar cada caso de importação ou exportação. "Nos primeiros três meses de contrato, acompanhamos o cliente de perto, dando a ele toda a assessoria necessária para iniciar suas operações de comércio exterior", afirma Kátia Tavares, gerente de marketing da UPS para o Mercosul.


Entre os diferenciais, emite certificado de origem para mercadorias do setor têxtil, desenvolve embalagens especiais em seus laboratórios e acompanha mercadorias que vão e voltam para o destino.


"O serviço é utilizado, por exemplo, por clientes que enviam amostras ao exterior. Enviamos a mercadoria, recolhemos e trazemos de volta em uma mesma tarifa de frete", comenta Kátia. Para importações até 70 quilogramas, o despacho é automático. Acima deste limite, a UPS também oferece despachante. "Para complementar o atendimento, lançamos em abril o serviço doméstico. Com isso, ofereceremos condições mais atrativas ao segmento de pequenas e médias", conta a executiva.


Já os Correios são concorrentes de peso no segmento de pequenas e micro empresas. Neste caso, a capilaridade é imbatível. "Estamos presentes em todas as cidades brasileiras", lembra Djalma Lapuente da Rosa, gerente corporativo de negócios internacionais. A companhia mantém os programas Exporta Fácil e Importa Fácil. Na exportação, os Correios garantem facilidades para empresas e pessoas físicas (como artesãos e agricultores). Entre elas, o preenchimento dos documentos necessários, apoio consultivo para os pequenos exportadores e tarifas especiais para mercadorias que possuem tempo maior para chegada no destino. "Em cada agência temos profissionais preparados para auxiliar o exportador na documentação e na definição do tipo de remessa. Com isto, é possível reduzir custos com frete", afirma. Segundo ele, entre 2007 e 2008, o volume de exportações realizadas pela companhia cresceu 8,74%.


Já o Importa Fácil tem entre as missões a de simplificar o trâmite para importação de equipamentos e insumos por cientistas e pesquisadores brasileiros. Pelo programa, os produtos necessários para pesquisa com valor até US$ 10 mil têm isenção de taxas de importação, facilidade nos trâmites alfandegários e entrega rápida da encomenda em todo o território nacional. "Este é um programa importante para incubadoras e pequenas empresas de pesquisa", lembra Rosa.