14 de ago. de 2009

Roubo de carga bate novo recorde no semestre e aumenta custo de empresas

Fonte:
Folha de S. Paulo
13/8/2009



O número de roubos de carga bateu novo recorde no primeiro semestre do ano. Houve 23% mais ocorrências entre janeiro e junho do que no mesmo período de 2008. Em valores, o crescimento percentual foi semelhante e chegou a R$ 134,2 milhões em cargas roubadas neste ano no Estado.
De acordo com a Fenseg (Federação Nacional dos Seguros Gerais), o percentual de sinistros sobre as cargas seguradas (roubadas) atingiu 90% de janeiro a maio. A situação é tão grave que algumas seguradoras têm saído da área ou se recusado a fazer apólices de empresas de setores como eletroeletrônicos, celulares e medicamentos.
Os dados sobre o aumento no roubo a carga são do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo), baseados em números da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Pelo Estado circulam 53% das cargas transportadas no país, porém apenas a secretaria paulista fornece às entidades do setor informações sobre os roubos para análise.

Crise
O aumento no número de roubos começou no segundo semestre do ano passado. A crise econômica, dizem os especialistas, tem sido responsável por essa alta, porém o desemprego não é o principal gatilho do problema.
"Houve aumento na demanda de receptação de mercadoria roubada", diz Artur Santos, diretor da Mapfre Seguros. "Não há roubo de carga sem encomenda e não se veem televisores ou equipamentos eletrônicos caros nos camelôs da rua 25 de Março. Quando se olha o roubo de carga é que às vezes se entendem algumas promoções agressivas do varejo."
Com a nova alta, o índice de sinistros em cargas seguradas, que no fim de 2008 estava em 62%, subiu para 83% no primeiro trimestre. No número mais recente, que inclui maio, chegou a 90%.
"Se as seguradoras dependessem apenas dos seguros de frete para sobreviver, estariam quebradas", diz Santos. "Como 9 em cada 10 cargas seguradas são roubadas, se forem colocadas despesas de administração e comissão do corretor, as contas não fecham."
Com isso, as seguradoras têm se recusado a fazer apólices de determinadas cargas. "Não aceitamos determinados riscos, alguns, só sob restrições, e, no caso de eletrônicos, as condições têm de ser especialíssimas", diz Santos. "As empresas têm participação obrigatória, não indenizamos 100% do valor e tem de haver sistemas redundantes de segurança."
Isso porque, dizem os especialistas, não há sistema de segurança inviolável. Rastreadores e sistemas de proteção são desarmados com outras ferramentas tecnológicas, facilmente encontráveis na cidade. "Na semana passada, demos uma batida atrás de um caminhão roubado e, quando chegamos ao galpão, havia apenas o equipamento de localização", diz Itagiba Franco, delegado da Divecar (Divisão de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas). "A carga e o caminhão não estavam lá."
Com o aumento nos roubos, os custos e o trabalho para as empresas são redobrados. Na corretora Marsh, os formulários de seguro, que continham duas páginas, agora têm 16.
"As seguradoras passaram a olhar com mais cuidado o cliente", diz Sérgio Caron, gerente da Marsh. "Querem que ele explique a logística, onde estão as fábricas, se o produto é componente ou acabado. Tudo será questionado e cobrado."
Segundo Paulo Roberto de Souza, coronel reformado do exército e assessor de segurança da federação e da associação nacional de transportes, os custos com seguros e medidas de gerenciamento de risco das empresas giram entre 12% e 15% com relação ao faturamento anual, em média. "Mas conheço empresas de grande porte nas quais o valor chega a 17% do total", diz Souza.
Souza não é o único coronel do exército recrutado pelas transportadoras. Infiltrados nas operações logísticas, profissionais de segurança são contratados para construir a inteligência do transporte. "Eles têm total autonomia sobre a logística", diz Caron

Cresce uso de blindados e de rastreamento

onte:
Folha de S. Paulo
13/8/2009



Da aproximação do poder público ao uso de blindados, as soluções encontradas pelas empresas para o aumento de roubo de cargas vão em todas as direções. Uma empresa de telefonia celular, por exemplo, tem transportado os aparelhos, produzidos numa fábrica a 200 quilômetros de São Paulo, em carros blindados, segundo sua seguradora.
Já as fabricantes de medicamentos, um dos setores mais visados pelos ladrões, conseguiu a aprovação de uma lei federal que colocará um código de barras bidimensional nas embalagens.
"A intenção é inibir o repasse das mercadorias roubadas", diz Marcelo Liebhardt, gerente de assuntos econômicos da Interfarma. "Será mais fácil de determinar onde aconteceu o roubo, os caminhos dos produtos roubados e evitar a venda."
Recentemente, a federação das transportadoras e a Fiesp também se reuniram com a Secretaria de Segurança Pública para buscar alternativas ao problema. Além de priorizar o combate à receptação, a secretaria resolveu colocar juntas as delegacias de roubo de cargas e a de fraudes em seguradoras.
"A nota fiscal eletrônica e a rastreabilidade dos produtos, com códigos de barras, ajudarão a diminuir os roubos", diz Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da federação e da associação nacional de transportes.

Por: Cristiane Barbieri

Nota de esclarecimento:

Com relação à matéria publicada ontem (12/08) no Jornal Folha de S. Paulo, o assessor de segurança da NTC&Logística, da Fetcesp e do Setcesp, coronel Paulo Roberto de Souza, afirma que os dados utilizados pelo jornal não são os oficiais divulgados pelas entidades. De acordo com Cel. Souza, a média de roubo de cargas em ocorrências durante o primeiro semestre de 2009 foi 14,5% maior se comparado com a média dos períodos, e não 23%, como divulgado. Durante os primeiros seis meses de 2008 a média de roubos foi de 554 caminhões por mês e em 2009 subiu para 634/mês. Já os prejuízos aumentaram 15,3%.

O estudo completo sobre roubo de cargas está no site www.setcesp.org.br.

13 de ago. de 2009

Rodovias de São Paulo terão 41 radares “dedo-duro”

Fonte:
O Estado de S. Paulo
12/8/2009


Começam a funcionar até dezembro, em 41 pontos de rodovias paulistas, os radares com leitura e reconhecimento automáticos de placas (LAP), chamados de “dedo-duro”. A licitação está sendo concluída, com apreciação dos preços ofertados pelas empresas, disse ontem o secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce. O contrato prevê a instalação de mais 69 equipamentos nas principais estradas do Estado a partir do próximo ano. Esse tipo de radar já está em operação nas ruas de São Paulo.

De acordo com Arce, além de detectar excesso de velocidade, os radares dedo-duro - que estarão interligados a um sistema junto às secretarias de Segurança Pública e da Fazenda - serão capazes de informar sobre o cadastro do veículo, se ele é roubado, se o Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) foi pago, se o licenciamento está em dia ou qualquer outro tipo de irregularidade. “Estamos contratando uma prestação de serviços, um radar mais sofisticado. A finalidade é proteger o cidadão que paga impostos. Vão funcionar nos locais das rodovias onde há mais movimento”, explica o secretário.

O radar dedo-duro ficará em trechos das principais rodovias e terá um mecanismo capaz de ler a placa do veículo. Como o equipamento estará ligado online a uma central de informações, o policial rodoviário poderá parar o veículo e apreendê-lo. Após apreensão e multa, será levado para um depósito, segundo Arce, e liberado somente após o pagamento dos impostos atrasados. “Cerca de 30% dos carros parados pela Polícia Rodoviária têm algum tipo de problema”, afirma. O governo estuda proposta de criar pequenas unidades de Poupatempo próximo dos locais das blitze ou perto de pátios, para facilitar a regularização dos veículos com débitos.

O contrato para a prestação dos serviços tem duração de 17 meses, ao custo de R$ 6,5 milhões. Mas há possibilidade de aditamentos para um período de até cinco anos. Os radares deverão começar a funcionar dois meses após a assinatura do documento, segundo a Secretaria dos Transportes. As estradas foram divididas em cinco lotes, de acordo com as divisões administrativas da Polícia Rodoviária e suas respectivas companhias.

RF apreende R$ 25 mi em mercadorias falsificadas no Porto do Rio

Fonte:
Agência Brasil
12/8/2009


A Receita Federal apreendeu ontem (11), no Porto do Rio de Janeiro, 40 toneladas de mercadorias falsificadas, totalizando cerca de R$ 25 milhões.

Entre os produtos, havia na carga mais de 300 mil relógios, óculos, bolsas e roupas.

A apreensão foi feita pela Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho e pela alfândega do Porto do Rio, em uma operação que começou na noite de ontem (10) e terminou nesta manhã, lacrando dois contêineres oriundos da China.

De acordo com o inspetor-chefe da alfândega do porto, Marcos Castro Alves, um auto de infração será lavrado por falsa declaração. “Os importadores alegaram que estava trazendo enfeites de resina, mas vimos que não era isso”.

A mercadoria apreendida ficará no porto até que os representantes das marcas originais confirmem a falsidade dos produtos, um dos passos para a abertura de inquérito criminal. Ao final do processo, as mercadorias podem ser incineradas, doadas ou leiloadas.

“Se forem falsificadas, as mercadorias serão destruídas. Caso contrário, podem ser leiloadas ou doadas. Depende da autorização do dono da marca verdadeira”, explicou o inspetor.

De acordo com o Marcos Castro Alves, apreensões de material falsificado no porto são comuns. Há um mês, três contêineres com mercadorias ilegais também foram apreendidos.

12 de ago. de 2009

Crise e clima mudam cadeia de suprimento

Fonte:
Financial Times / Valor Econômico
11/8/2009


Indústrias estão abandonando cadeias mundiais de suprimentos e adotando redes regionais, numa grande mudança provocada pela crise financeira e por preocupações com mudanças climáticas, segundo executivos e analistas.

Empresas estão crescentemente buscando adquirir seus insumos mais perto de casa. Assim, para suas operações americanas ou europeias, é mais provável que recorram ao México e à Europa Oriental do que à China, como antes.

"Um futuro de energia mais cara e menos abundante resultará em mais cadeias regionais de suprimento", disse Gerard Kleisterlee, executivo-chefe da Philips, uma das maiores empresas europeias, ao Financial Times.

Especialistas em cadeias de suprimento concordam. A Ernst & Young ressalta que até 70% da "pegada de carbono" de uma empresa industrial podem decorrer de transportes e outros processos em suas cadeias de suprimentos.

Dan O´Regan, diretor de cadeias de suprimento da Ernst & Young, disse: "Não é apenas a perspectiva de mudanças de regulamentação, mas também o desaquecimento econômico que está obrigando muitas organizações a considerarem uma reestruturação total em suas cadeias de suprimentos. Creio que veremos cadeias de suprimentos menores e mais regionais."

Kleisterlee disse que as empresas precisam encontrar modos de construir uma economia sustentável antes da cúpula de Copenhagen sobre mudanças climáticas, em dezembro, sendo que um dos passos mais importantes é "uma reavaliação dos esquemas logísticos e de transportes em nível mundial". Ele disse que, até agora, transporte barato era sinônimo de que "o México não era competitivo com a China em termos de fornecimento a empresas americanas".

Mas agora ele prevê que empresas como a Philips passarão a usar países como a Ucrânia, em lugar de fontes asiáticas, no suprimento de insumos a empresas europeias.

David Bartlett, assessor econômico da grupo contábil RSM International, citou setores como o siderúrgico, automobilístico, aeroespacial e moveleiro, nos quais "há a percepção de que a distância em relação ao mercado realmente importa". Ele deu o exemplo do uso, pela Boeing, de fornecedores mexicanos do setor aeroespacial. "Estamos vendo uma mudança de cadeias mundiais de suprimentos para cadeias regionais".

Na Europa, há muitos exemplos recentes de empresas que vêm trazendo a produção de volta para casa ou para mais perto do mercado doméstico - da Samas, fabricante holandesa de móveis, à Zumtobel, grupo austríaco de iluminação.

O´Regan disse que diversas forças estão fazendo com que as empresas regionalizem cadeias de suprimentos, da racionalização de redes de produção e mudanças de regulamentação a pressões por rapidez da entrega e a erosão de vantagens de custo ou mão de obra que beneficiavam alguns países.

Disse Kleisterlee: "Uma crise econômica é um período em que devemos parar um instante e considerar: será este o momento para alguma mudança fundamental"?

Megaporto do RJ: O maior investimento do Brasil

Fonte:
IstoÉ Dinheiro
11/8/2009


Todos os dias, mais de 2,3 mil operários se deslocam do centro de São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro, para um isolado trecho de praia a poucos quilômetros dali. Em alguns meses, serão 4 mil. Eles trabalham na obra de construção do megacomplexo do Açu, atualmente o maior investimento privado em infraestrutura do País, capitaneado pela LLX, uma empresa controlada pelo bilionário Eike Batista e pelo BNDES. A área é equivalente à ilha de Manhattan, em Nova York, terá um moderno porto e poderá abrigar até mil empresas.

Depois de pronto, desde que se cumpram as promessas de investimentos e, evidentemente, haja demanda, estima-se que o complexo poderá receber recursos da ordem de R$ 36 bilhões. Apenas para o porto, serão desembolsados R$ 1,6 bilhão. Dentro do conjunto está prevista uma usina termelétrica a gás natural e carvão com capacidade para 5,4 gigawatts, o equivalente ao que é produzido por Itaipu. Já o espaço reservado para a termelétrica MPX, outro projeto de Eike, é do tamanho da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Durante a obra, somente no alicerce, serão utilizados 2,8 milhões de metros cúbicos de rochas, o suficiente para preencher quatro estádios do Maracanã. Se fossem empilhadas, as pedras ficariam da altura do morro do Pão de Açúcar. A grandiosidade da obra tem dimensões proporcionais ao desafio de atrair empresas. O primeiro estágio, o da construção, tem sido cumprido à risca por Eike com o apoio de seu maior sócio financiador, o BNDES.

A estrutura estará pronta no segundo semestre de 2011, garante a LLX. O sucesso do porto, no entanto, dependerá de uma segunda etapa, não menos importante, a de atrair investimentos privados. Até agora, a extensa lista de protocolos não deixou o campo das intenções. No início do ano passado, quando a LLX abriu o capital, uma relação com mais de 30 protocolos de intenção de investimento foi apresentada ao mercado. Havia lá nomes de peso como Fiat, Iveco, Bunge e Cargill. Desde então, não houve avanços, num sinal de que as expectativas podem ter sido inflacionadas no IPO.

A montadora Fiat, por exemplo, que hoje utiliza como porta de saída o porto de Vitória (ES), garantiu que não há negociações para utilização do Açu como alternativa às exportações, nem há projetos de construção de uma planta em São João da Barra. Iveco e Bunge negam a intenção de se instalar na região. O único grande empreendimento já anunciado para o Açu é uma planta da siderúrgica chinesa Wuhan Steel. Mas, também neste caso, ainda não há uma definição sobre o tamanho do projeto. A explicação para isso pode estar na demanda - ou melhor, na falta dela.

Há uma prova disso não muito distante dali. A ausência de compradores levou preocupação ao grupo alemão ThyssenKrupp, que constrói também no Rio de Janeiro, com investimentos de 5 bilhões de euros, a CSA Siderúrgica do Atlântico. Quando a proposta foi apresentada, em 2006, a companhia não contava com a crise, e foi pega no contrapé pelo recuo da demanda global por aço. As nuvens que pairam no horizonte, no entanto, não têm contido a empolgação do mercado em relação aos projetos de Eike Batista.

Desde a fase mais aguda da crise, o valor das ações de suas empresas se multiplicou, o que fez com que a fortuna pessoal do empresário superasse a cifra de US$ 20 bilhões. Mesmo assim, Eike promoveu substituições nos cargos de comando das suas empresas: a mineradora MMX, a petrolífera OGX e a LLX, de infraestrutura. Mas, para a população do norte fluminense, é grande a expectativa.

"Teremos, sem dúvida, a maior onda de investimento em décadas", definiu recentemente o governador Sérgio Cabral, que assinou um incentivo fiscal para as empresas que se instalarem no Açu. O ICMS será de 2%, contra os atuais 18%. O governador Cabral imagina que a chegada da Wuhan poderá trazer outros projetos chineses. Especulase que duas grandes montadoras de lá, a BYD e a Jac Motors, também estejam em negociação, em sigilo, para a vinda ao Brasil via complexo do Açu, onde a energia elétrica, por exemplo, será 30% mais barata do que no resto do País.

"O interesse das empresas pelo Açu demonstra credibilidade e prova que estamos no caminho certo", disse a prefeita de São João da Barra, Carla Machado, que anuncia criar aulas de mandarim para as crianças da rede pública de ensino. "Trata-se de um empreendimento de proporções chinesas. Os próximos investimentos no Brasil olharão para o Açu", endossou à DINHEIRO o diretor-presidente da LLX, Otávio Garcia Lazcano.

Fora da órbita dos meganegócios e das intenções, a construção do porto já movimenta a rotina de São João da Barra, município com 30 mil habitantes. De olho no potencial dos projetos que inevitavelmente desembarcarão na cidade, a prefeitura abriu, neste mês, 90 vagas para o primeiro curso gratuito de mandarim no País. É uma preparação para os novos tempos.

Se o Porto do Açu prosperar, entre 2008 e 2023 o PIB de São João da Barra irá crescer 498%, segundo um levantamento da Secretaria de Finanças do município. Enquanto isso, a população será multiplicada por oito, saltando dos atuais 30 mil para cerca de 250 mil.

Somente neste ano, as obras do Açu renderam concretamente aos cofres da cidade R$ 5 milhões em ISS, 71% do orçamento do município. Junto com os impostos, os novos habitantes já começam a chegar.

Um grupo de oito chineses, funcionários de uma companhia de dragagem, se mudou semanas atrás para a cidade sem data prevista de 0. Eles têm a missão de retirar 17,4 milhões de metros cúbicos de areia do fundo do mar, para aumentar a profundidade do porto, mas poderão ficar por lá mesmo com a chegada de companhias de sua terra natal.

Eles não falam português ou inglês, nem sabem quais serão as empresas a aportar em São João da Barra, mas aprenderam rápido que, se os planos de Eike Batista se tornarem reais, eles não precisarão voltar à Ásia para assistir a um crescimento à moda chinesa.

10 de ago. de 2009

ANP pede à Petrobras que perfure poços do pré-sal

ÃO PAULO - A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deu o primeiro passo para mapear a área não concedida do pré-sal ao enviar, na sexta-feira, um ofício à Petrobras solicitando que a estatal seja a responsável pelo planejamento e perfuração dos poços para mapear geologicamente a reserva. Para isso, será formado um grupo com técnicos da agência e da petrolífera que irá determinar quantos poços serão perfurados e a localidade destes para obter as informações sobre a reserva e, aí sim, determinar a dinâmica dos próximos leilões, conforme representantes do governo têm afirmado. Em princípio, a dotação orçamentária da agência é de R$ 1 bilhão.

Esse volume já está acima do que a ANP recebe para financiar suas atividades. Segundo informações da assessoria da agência, os valores mais elevados nos dez anos de existência da autarquia chegaram a R$ 400 milhões. Apesar desse aumento, os recursos destinados estão abaixo dos 28% das participações especiais que a agência nacional teria direito conforme a Lei 9478, de 1997, a atual lei do petróleo.

Apesar de ter sido anunciada pela ministra Dilma Rousseff, essa atividade da ANP já não é novidade; a própria lei do petróleo indica que entre as atribuições da agência está a de "promover estudos visando a delimitação de blocos, para efeito de concessão das atividades de exploração, desenvolvimento e produção". Dentre as ferramentas que a autarquia possui para a atividade está a perfuração de poços.

Queda de braço

A agência rebateu as críticas de que estaria perdendo forças dentro do governo e afirmou que, com o novo marco regulatório, irá manter as suas funções e aumentar suas atribuições. Isso pode indicar um caminho da propensão do governo sobre os pontos que ainda geram dúvidas quanto à nova lei, a de que a autarquia perdesse poder quando a nova estatal fosse criada, posição defendida pelo ministro de Minas e Energia, Édison Lobão, pois a nova empresa seria a responsável pela fiscalização das concessões.

A opinião da advogada especializada no setor de petróleo e gás do escritório L.O. Baptista Advogados, Daniela Santos, é oposta à da agência. Segundo ela, a Comissão Nacional de Política Energética (CNPE) e o Ministério é que estão fortalecidos na queda- de-braço. "Com o sistema de partilha a agência tende a perder espaço, um sintoma é a intenção de criar uma nova estatal e a determinação de contratação da Petrobras como única operadora do pré-sal, sem licitação. Por enquanto, tudo é especulação, não há nada oficial", completou ela.

Essa determinação de impor a Petrobras como operadora das reservas mais atrativas é fonte de preocupação por parte de Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Segundo ele, estabelecer que empresas como Exxon, Shell, Repsol e outras, sejam obrigadas a se associarem compulsoriamente à Petrobras pode criar problemas e até mesmo afastá-las do mercado brasileiro. Isso, afirma Pires, poderá atrapalhar o desenvolvimento de toda a indústria ligada a este segmento de negócio.

Sobre o fato de o governo querer um índice mais elevado de participação dos resultados, ele não vê problemas, pois, dependendo do tamanho dos campos, até mesmo 20% de participação pode ser interessante para as empresas. De acordo com o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Júlio Gomes de Almeida, atualmente o governo brasileiro fica com uma participação de 50% a 60% do que se arrecada com o setor. Na visão dele, se o País aumentar sua participação, terá que se preocupar com quem irá bancar o investimento na exploração e produção. "O importante agora é estabelecer um bom marco e confirmar as perspectivas da riqueza do pré-sal", resumiu o acadêmico.

Para que o novo marco seja oficializado, o Congresso Nacional terá de aprovar os anteprojetos de lei que estão com o presidente Lula. Na sexta-feira, o ministro Édison Lobão afirmou que nem mesmo a crise no Senado deverá impedir que a lei seja discutida e aprovada em plenário.

Procurados pela reportagem do DCI, a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), disse que não se pronunciaria sobre as discussões enquanto a lei não estiver aprovada, e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) não retornou ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição.

fonte DCI NOTÍCIAS

Receita libera consultas ao 3º lote de restituição do IR 2009

Valores serão pagos a 620 mil contribuintes.
Recursos poderão ser sacados a partir de 17 de agosto.




A Receita Federal liberou nesta segunda-feira (10), às 9h, as consultas ao terceiro lote do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2009.

Segundo a Receita Federal, 620 mil contribuintes receberão a restituição, sendo 15,3 mil idosos, além de 5,3 mil contribuintes do Imposto de Renda do ano passado - que caíram na malha fina do Fisco. Serão pagos R$ 650 milhões em restituições, dos quais R$ 636 milhões para os contribuintes do IR 2009 e R$ 13,5 milhões do lote residual de 2008.


As restituições poderão ser sacadas a partir de 17 de agosto. Para os contribuintes do IR 2009, os valores serão corrigidos em 3,32% e, para o lote residual do IR do ano passado, a correção será de 15,39%.


As consultas poderão ser feitas na página da Receita na internet ou pelo telefone 146. Recebe primeiro a restituição do IR quem enviou mais cedo a declaração do IR sem erros ou omissões. Neste ano, o prazo foi de 3 de março até 30 de abril.

Menor lote deste ano

Esse é o menor lote de restituições deste ano até agora. No primeiro lote do IR, que saiu em junho, o órgão pagou restituições a 1,26 milhão de contribuintes, sendo 1,07 milhão de idosos, com valor total de R$ 1,53 bilhão.



Já em julho, no segundo lote do IR 2009, 1,48 milhão de contribuintes receberam restituições, no montante de R$ 1,82 bilhão. As restituições são pagas mensalmente entre junho e dezembro de cada ano, em sete lotes.

Valor não creditado

Caso o valor não seja creditado, o contribuinte deve se dirigir ou ligar para uma das agências do Banco do Brasil ou para o ‘BB responde’, nos telefones 4004-0001 (capitais) ou 0800-729-0001 (demais localidades) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança em seu nome, em qualquer banco.

Comunicação da devolução via celular

Desde a criação do serviço SMS para comunicação do depósito da restituição do IR, em junho, já foram cadastrados 120 mil celulares, segundo a Receita Federal. Para esse lote serão enviados 17 mil mensagens de texto.



O contribuinte que desejar ativar o recurso deverá cadastrar o número do seu telefone celular na página do órgão na internet. Após a habilitação será enviado para o celular cadastrado um código de ativação. O contribuinte deve, então, acessar a página da Receita e informar o código de ativação, confirmando o celular habilitado.