15 de out. de 2009

DHL divulga estudo sobre comércio exterior e logística

Um abrangente levantamento divulgado recentemente pela DHL Express aponta tendências de recuperação do comércio internacional, no médio prazo, para o setor logístico.

Trata-se do estudo “International trade, Express Logistics and Globalization: Part and Parcel of the Solution to Current Economic Challenges” (Comércio Internacional, Logística Expressa e Globalização: parte e parcela da solução para os atuais desafios econômicos), desenvolvido pela multinacional do transporte expresso com a britânica London School of Economics.

Análise - Essa tendência de recuperação, segundo o estudo, se deve ao aumento na proporção das transações, especialmente em termos de valor, gerado pelo setor de correio expresso aéreo. O levantamento revela que o panorama em médio prazo do comércio mundial permanece forte, “embora este permaneça, na melhor das hipóteses, estagnado no curto prazo devido à baixa disponibilidade de crédito”.

O estudo sugere, entretanto, que, quando o crédito se tornar largamente disponível e o comércio reagir, o retorno das trocas comerciais não beneficiará igualmente todos os países. O CEO do Deutsche Post DHL, Frank Appel, considera o comércio essencial para o crescimento econômico e para o desenvolvimento mundial. “É estimulante observar que, no encontro mais recente do G20, todos os governos concordaram que o comércio ajudará em curto prazo, e também que é uma parte essencial e inevitável para o desenvolvimento econômico em longo prazo. Como integradores econômicos, nosso papel é fundamental para assegurar que nossos serviços atendam às crescentes necessidades de mercados desenvolvidos e em desenvolvimento”, comenta.


Os países que querem atrair empresas que utilizam remessas expressas por correio aéreo precisam não somente tentar melhorar seus custos, mas também garantir a confiabilidade e a pontualidade, alerta o estudo. Particularmente, conforme o levantamento, “os países em que os comerciantes podem pedir custos menores e uma revisão transparente de quaisquer decisões tomadas na base terão uma parcela maior do comércio mundial”.

”BRICs” - O custo do transporte marítimo e a disponibilidade dos procedimentos de revisão foram escolhidos pelo estudo da DHL com a instituição britânica como dois fatores fundamentais que influenciam o potencial econômico para atrair o comércio internacional. Resultados estes baseados em uma análise do custo e qualidade da logística na região de países emergentes BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que, segundo a análise, somam 40% da população mundial e 15% da economia mundial.

De acordo com o estudo, o custo do frete aéreo é relativamente constante para os países do BRIC em comparação com o do transporte marítimo, que varia acentuadamente pelo mundo. O levantamento avalia que os países que fornecem logística de remessa de baixo custo são mais atraentes para as empresas que, geralmente, fabricam produtos de valor baixo despachados por navio. Caso da Índia, por exemplo, que tem custos de remessa 50% mais altos que os da China, enquanto os custos de remessa da Rússia são quatro vezes mais altos.

Para o estudo, se a Índia conseguisse reduzir o custo de remessa para equiparar-se aos níveis chineses, seu comércio aumentaria 10%, enquanto que os de Brasil e Rússia subiriam 30 e 50%, respectivamente, se equiparassem aos custos de remessa da China. Neste sentido, o relatório observa que procedimentos eficientes de revisão são absolutamente ausentes nas economias emergentes, o que oferece um desafio às transportadoras que pretendem importar ou exportar mercadorias urgentes, caso de produtos eletrônicos indispensáveis de alto valor.

Para se ter uma idéia, a análise chegou à conclusão de que esses países aumentariam consideravelmente o comércio durante a recuperação pós-crise se assegurassem a disciplina e atual disponibilidade de tais revisões: crescimentos de 20%, no caso de China e Índia, a 30% (Brasil e Rússia). “Os custos de transporte e logística, em particular, superam os impostos no que diz respeito às maiores barreiras ao comércio em uma proporção de 9:1. O estudo demonstra que os países que buscam ficar à frente da próxima tendência de globalização precisam avaliar seu próprio desempenho em comparação com as melhores práticas mundiais. As economias emergentes que dependem da exportação podem aprimorar suas condições de comércio para fortalecer seus níveis de comércio internacional quando a economia se recuperar", analisa o CEO.

Em virtude do papel central da logística no comércio internacional, o estudo postula que as empresas deste setor desempenham uma função primordial na sustentação da recuperação econômica. Como investem muito em ativos, com a aquisição de aviões, navios e veículos, os custos da logística flutuam significativamente com a demanda.

Conseqüentemente, aponta o levantamento, durante a crise econômica os custos de logística diminuíram substancialmente, ajudando a aliviar o impacto total da crise para os negócios envolvidos em comércio internacional. “Seja por meio de entregas aéreas urgentes ou fornecendo suporte em nossas soluções para cadeia de suprimentos, o setor de logística se tornará essencial como elemento integrador na geração do crescimento econômico pós-crise”, destaca Appel.

Perspectivas - Por fim, vislumbrando mais adiante, o estudo prevê que o setor de correio expresso aéreo continuará a crescer proporcionalmente à recuperação no volume de crescimento de comércio. Para tanto, elege três principais áreas de potencial expansão para o segmento: a crescente demanda por serviços na indústria de saúde; a demanda por transferência de documentos no setor de serviços internacionais e a demanda por peças de reposição para equipamentos, já que, neste último caso, o cenário econômico tende a buscar mais atualizações e reparos do que substituições.

O CEO do Deutsche Post DHL considera que o correio expresso aéreo continua a ser um setor importante e de rápido crescimento. “O valor do comércio internacional aumentou 16x nos últimos 50 anos, amplamente dominado por mercadorias urgentes, de alto valor que exigem entregas pontuais. Nos últimos anos, as remessas aéreas cresceram mais que o dobro comparado aos fretes marítimos ao longo dos últimos 30 anos”, completa.

Fonte:Canal do Transporte

Balança comercial aponta importação em queda

A balança comercial nas duas primeiras semanas de outubro acumulou superávit de apenas US$ 776 milhões (US$ 110 milhões por dia útil).

Apesar de pequeno, o resultado mostra uma melhor performance das exportações e a queda das importações em relação a setembro. No conjunto, o embarque diário de produtos brasileiros cresceu 3% sobre setembro, enquanto a importação caiu 4,7% na mesma comparação. Em relação ao mesmo período de 2008, a exportação caiu 19%, retração inferior à queda de 25% nas compras efetuadas no exterior.

Apesar da recuperação sobre setembro, as exportações da segunda semana de outubro foram piores que as da primeira semana. Entre os dias 5 e 11, a balança comercial fechou com superávit de US$ 361 milhões (média diária de US$ 72,2 milhões). As exportações foram de US$ 3,3 bilhões (média de US$ 666,4 milhões) e as importações atingiram US$ 2,971 bilhões (média de US$ 594,2 milhões).

Nesse período, as exportações ficaram, pela média diária, 6,6% abaixo do desempenho verificado na primeira semana do mês, quando a média diária das vendas brasileiras chegou a US$ 713,5 milhões.

Com relação a setembro deste ano (média diária das exportações em US$ 660,2 milhões), o crescimento médio das exportações foi de 3%, por conta das vendas de produtos básicos (8%) e semimanufaturados (16,9%). As exportações de bens manufaturados, entretanto, caíram 3,3%.

As importações nas duas semanas de outubro, pela média diária, ficaram 4,7% abaixo do desempenho médio diário em setembro (US$ 596,9 milhões), por conta de aviões e partes (-44,3%), combustíveis e lubrificantes (-21,0%), automóveis e partes (-15,3%), equipamentos eletroeletrônicos (-9,2%) e produtos de cobre (-5,6%).

De janeiro até a segunda semana de outubro (194 dias úteis), a balança acumulou superávit de US$ 22 bilhões - média diária de US$ 113,7 milhões, valor 10,7% maior que em igual período de 2008, quando o saldo alcançou média de US$ 102,7 milhões.

Fonte:Valor Econômico

Número de radares em rodovias federais deve aumentar 8 vezes até 2015

As rodovias federais brasileiras vão ficar sem radares de velocidade até março de 2010. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a fiscalização não é feita desde 2007, quando foi encerrado o contrato com o consórcio que prestava esse serviço. No próximo ano, o órgão pretende instalar 2.696 equipamentos em um prazo de cinco anos. O investimento é de R$ 1,4 bilhão.

De acordo com o edital do Ministério dos Transportes, serão instalados 1.138 lombadas eletrônicas (também conhecidas como barreiras eletrônicas, mostram a velocidade para o motorista no momento da infração), 1.106 radares fixos (aparelho em postes) e 452 controladores de avanço de sinal vermelho (aparelho usado em trechos urbanos).

Os cinco estados que vão receber mais equipamentos são Minas Gerais (421), Mato Grosso (221), Goiás (205), Santa Catarina (204) e Espírito Santo (198).

Até 2007, 321 radares estavam em funcionamento nas rodovias. O desligamento dos equipamentos ocorreu após o vencimento do contrato com a concessionária, que não pôde ser renovado por impedimento legal.

Duas licitações foram abertas e canceladas judicialmente, em razão de questionamentos dos próprios concorrentes. Segundo o Dnit, foi este o motivo para o vácuo deixado no controle de velocidade dos veículos nas rodovias federais.

Seguindo o cronograma de instalação dos equipamentos, algumas rodovias de Rondônia e Mato Grosso vão receber primeiro os controladores de avanço de sinal vermelho. As lombadas eletrônicas serão instaladas primeiro em rodovias do Acre, Rondônia e Mato Grosso. O primeiro lote de radares fixos será levado para rodovias de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Rondônia e Goiás.

O Dnit informou que a empresa que vencer o edital terá 60 dias para começar a instalar e fazer funcionar os equipamentos nas rodovias, seguindo o cronograma previsto no documento. O prazo passa a valer após três meses decorridos a partir do dia 8 de outubro, quando as 23 empresas interessadas apresentaram os envelopes com as propostas.

A instalação dos radares vai seguir o cronograma normal da licitação, se não houver nenhum impedimento judicial. Segundo a superintendência do Dnit, cada um dos 23 participantes pode questionar, neste momento, a habilitação dos demais. Caso isso ocorra, o prazo previsto pode ser prolongado por tempo indeterminado, podendo chegar até o cancelamento da licitação.

Plano de emergência

O Dnit decidiu religar nove equipamentos no Anel Viário de Belo Horizonte e outros 12 em três rodovias mineiras. No trecho, o número de acidentes aumentou quase 15% depois que os radares foram desligados.

As rodovias estaduais mineiras devem receber, ainda em outubro, 196 redutores de velocidade. No total, o estado deve investir R$ 98,5 milhões, na instalação e manutenção dos aparelhos, durante quatro anos.

Excesso de velocidade
Segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2008, o número total de acidentes cresceu 9,8% em relação a 2007. No ano passado, foi registrada uma morte a cada 25,1 acidentes, contra uma morte a cada 21,7 acidentes em 2007. Segundo a PRF, 899 mil motoristas foram flagrados em excesso de velocidade nas rodovias federais, em 2008.

Fonte:G1

14 de out. de 2009

Bovespa abre em alta amparada no otimismo externo

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta nesta manhã e pode atingir ainda hoje os 66 mil pontos, apoiada no otimismo externo. O dado de vendas no varejo norte-americano anunciado hoje, referente a setembro, não assustou e o clima de entusiasmo no mercado tem tudo para se manter, após os balanços melhores do que o esperado da Intel e do JPMorgan Chase. O ouro e o petróleo renovaram as máximas do ano esta manhã amparados na fraqueza do dólar. Diante disso, aumentou ainda mais a expectativa é de que o índice Bovespa (Ibovespa) retome a marca dos 66 mil pontos. Às 10h10, o Ibovespa subia 1,28%, aos 65.502 pontos.

O índice futuro, que vence hoje, registrava neste horário 65.400 pontos, alta de 1,38%, alinhado com os ganhos dos índices futuros em Nova York. O S&P 500 subia 1,40% e o Nasdaq futuro +1,42% às 9h57. Há expectativa de que o Dow Jones teste hoje a marca dos 10 mil pontos pela primeira vez em quase um ano - ontem, o índice fechou a 9.871,06 pontos. O exterior dá ainda mais fôlego aos comprados em índice futuro e opções sobre Ibovespa neste vencimento, que se estende até às 17 horas.

Os investidores colecionam hoje só boas notícias, a começar pelos balanços que sinalizam recuperação econômica e dias melhores para as empresas. A Intel anunciou ontem à noite queda de 7,8% no lucro líquido do terceiro trimestre, mas o resultado de US$ 0,33 por ação superou a previsão dos analistas (US$ 0,28) e a empresa projetou que as condições para seus negócios vão melhorar ainda mais no atual trimestre.

O primeiro dos grandes bancos norte-americanos a anunciar resultado, o JP Morgan Chase também surpreendeu positivamente, ao registrar lucro de US$ 3,6 bilhões no terceiro trimestre, ganho de US$ 0,82 por ação. No mesmo período do ano passado, auge da crise financeira, o lucro foi de US$ 527 milhões (US$ 0,09 por ação).

As commodities são negociadas em alta. Na Nymex, o petróleo superou mais cedo a cotação de US$ 75 por barril, melhor marca desde outubro do ano passado. O ouro spot, que esticou os ganhos do ano para mais de 20%, bateu nova máxima a US$ 1.070,70 a onça-troy em Londres. Os demais metais também sobem, tendo como destaque o cobre diante da surpresa dos participantes do mercado com o crescimento das importações do metal para a China em setembro, contrariando previsão de queda nas importações de cobre.

Fonte: Agência Estado/Sueli Campos

Com o fim da crise, voltam os gargalos

O alívio provocado pela crise internacional na infraestrutura brasileira vai durar pouco. Com a expectativa de retomada forte da economia no ano que vem, antigas deficiências voltarão a assombrar o setor produtivo, como a falta de capacidade das ferrovias, estradas e portos para escoar a safra.

Apenas o aumento da produção de soja deve representar acréscimo de 175 mil caminhões bitrens (com duas carretas) nas rodovias, o que pode causar um colapso no sistema logístico.

"A crise amenizou os problemas da infraestrutura e contribuiu para a redução dos investimentos no setor. Perdemos uma grande oportunidade de eliminar alguns gargalos", avalia o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende. Ele lembra que no auge da crise grandes empresas adiaram planos de expansão de terminais portuários, ferrovias, transporte rodoviário e armazéns.

Embora alguns projetos tenham sido retomados, o País perdeu tempo. Na esfera federal, apesar do discurso a favor do aumento dos investimentos em infraestrutura, as obras continuam emperradas. Até agora, apenas metade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi executada. Resultado disso é que o Brasil tem a pior oferta de transportes entre os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), segundo levantamento do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos).

Na opinião de especialistas e representantes do setor produtivo, o maior entrave à recuperação da economia será o sistema portuário.

O Programa Nacional de Dragagem, que tem o objetivo de aprofundar os canais de acesso dos portos nacionais, ainda não saiu do papel. Sem a profundidade adequada, os grandes navios são obrigados a obedecer o regime de marés e não podem sair totalmente carregados. Isso representa queda na competitividade do produto brasileiro.

O acesso terrestre aos portos é outro problema grave. Com apenas 29 mil quilômetros de trilhos, as ferrovias não conseguem atender à demanda do País, em especial do agronegócio. A alternativa é usar as rodovias, que respondem por 60% da movimentação doméstica.

Segundo o economista da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Henrique Paes de Barros, quase toda safra de soja de 2009/2010 será transportada por caminhões. Como a produção terá um acréscimo de 6 milhões de toneladas, serão necessários cerca de 175 mil caminhões para atender à demanda.

Apesar disso, as estradas estão em péssimas condições. Para o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade, a duplicação das rodovias federais é uma das necessidades mais urgentes do setor. "A capacidade de muitas estradas está no limite. Algumas estão insuportáveis, caso da BR-381, que liga Belo Horizonte a Ipatinga (MG)", afirma. Ele estima que, para sustentar o crescimento previsto do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, pelo menos 4 mil quilômetros de rodovias precisariam ser duplicados.

Na avaliação do diretor da Confederação Nacional da Agricultura, Luiz Fayet, existe um descompasso entre a alta capacidade de produção e a falta de infraestrutura para escoar a safra. Ele destaca que houve uma mudança geográfica no agronegócio não acompanhada pelos investimentos em estradas, ferrovias e portos. O executivo cita como exemplo dramático de logística o caso do Terminal de Grãos, em São Luís do Maranhão, constante no PAC, que está com o cronograma atrasado em quatro anos.

"Enquanto não se amplia o terminal, os problemas se multiplicam. Na safra de 2007/2008, a demanda para exportar pelo porto era de 5 milhões de toneladas. Mas o terminal só pode atender 2 milhões de toneladas. O restante teve de ser transportado pelos portos do Sul e Sudeste, o que encareceu a logística e reduziu os preços pagos aos produtores."

Para ele, se a economia voltar a crescer 4% ao ano e os níveis de exportação forem retomados, haverá problema para tirar os produtos do País.

Fonte:O Estado de São Paulo

Falta de balança reduz vida útil da BR-470

Apesar do investimento de R$ 13 milhões na reforma da Ponte de Ibirama e de a estrutura funcionar há cinco meses em meia pista, o Vale do Itajaí está longe de encontrar a solução para o que causou o problema: o excesso de peso dos caminhões que trafegam na BR-470. Sem balança para pesagem, a rodovia, considerada o principal corredor para escoar a produção catarinense, sofre com os impactos da sobrecarga.

Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) estima que pelo menos 70% dos caminhões transportam cargas em excesso. Buracos, deformações e fissuras na BR-470 são reflexos desse sobrepeso, que se agrava com a ausência de balanças para a fiscalização. Cargas 30% mais pesadas que o permitido diminuem de 10 para dois anos a vida útil do asfalto.

– As balanças têm papel fundamental na conservação das rodovias. Hoje, uma rodovia é construída e, um ou dois anos depois, já necessita de manutenção – avalia o engenheiro civil, doutor em Logística e professor da Furb Helio Flavio Vieira.

Sem os aparelhos para aferir o peso das cargas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) trabalha com base nas notas fiscais das mercadorias transportadas.

– É um tipo de fiscalização quase inútil de se fazer, porque as notas fiscais são adulteradas e nem sempre correspondem ao peso real. A falta de balanças dá tranquilidade aos que sabem que não serão punidos – reconhece o chefe da 4ª delegacia da PRF em Rio do Sul, Manoel Fernandes Bitencourt.

O maior volume de veículos de carga na BR-470 é de transportadoras de contêineres. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) calcula que, em média, quatro mil passem na rodovia por dia.

– O excesso de cargas é o maior inimigo de nossas pontes e rodovias – explica o engenheiro do Dnit em Rio do Sul, Elifas Marques.

Excesso de carga - A carga total de um caminhão pode ser distribuída pelo número de eixos que ele dispõe. Quando um caminhão tem mais eixos, ele consegue diluir esse peso em mais pontos de apoio. Caminhões normalmente usados em rodovias da região levam em média até 60 toneladas, de acordo com o engenheiro de Transportes e professor da Furb Alexandre Gevaerd. Na Ponte de Ibirama, o limite de carga para caminhões está em 45 toneladas.

Fonte:Web Transpo

A conta do desequilíbrio

A anunciada intenção do governo federal de desacelerar as restituições do Imposto de Renda das pessoas físicas pago a mais na fonte, confirmada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e rechaçada posteriormente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diante da repercussão negativa da notícia, chama a atenção para uma rotina do setor público.

O problema de caixa do governo tem razões múltiplas, mas só alcançou dimensões de impasse por uma razão muito simples: é mais fácil tentar transferir automaticamente a conta para uma classe média sem poder político do que enfrentar as pressões por reajustes salariais de categorias funcionais organizadas. Obviamente, essa prática não tem como ser tolerada.

Descontinuada ao longo do ano, a devolução do Imposto de Renda pago a mais não chega a configurar atraso, pois a Receita Federal não tem qualquer compromisso de seguir à risca prazos assumidos mais no plano político.

Ainda assim, fica difícil para o contribuinte aceitar o fato de o mesmo país que se mostrou capaz de passar da condição de devedor à de credor do Fundo Monetário Internacional (FMI) estar sem recursos suficientes em caixa, a ponto de precisar punir ainda mais o contribuinte pessoa física.

Por isso, independentemente da forma como as divergências internas serão enfrentadas, é inaceitável que o contribuinte, já às voltas com uma carga tributária a cada ano mais excessiva, possa ser ainda mais prejudicado.

Em parte, uma das razões do desequilíbrio financeiro enfrentado hoje é o fato de o Planalto ter decidido atacar a desaceleração imposta ao setor produtivo pela crise econômica global com a desoneração de bens de consumo cujas vendas dependem em geral de financiamento de longo prazo.

A providência assegurou os resultados pretendidos, fazendo com que a arrecadação menor pudesse ser compensada pela continuidade nas vendas e permitindo ao país se antecipar na saída da crise.

A normalização da arrecadação de impostos, porém, não ocorreu na mesma velocidade da retomada da produção e a estimativa é de que isso só vá ocorrer em novembro. Nada disso, porém, justifica a opção por soluções simplesmente por serem mais práticas.

O contribuinte não tem por que arcar com o custo de um descompasso entre receita e despesa para o qual não contribuiu, como ocorreria numa eventual desaceleração das restituições do Imposto de Renda.

O que o governo federal precisa fazer é enfrentar o problema pelo lado das despesas, reduzindo os gastos de custeio e os determinados por reajustes salariais de categorias mais influentes de servidores.

Não há outra forma de garantir o equilíbrio das contas públicas sem prejudicar quem já se encontra há algum tempo sufocado por tanto imposto.

Fonte:Zero Hora

Com as fábricas em plena operação, alguns setores voltam a investir

Empresas que priorizam o mercado interno voltaram a produzir no mesmo ritmo de antes da crise e já retomam os investimentos.

Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que fabricantes de material de construção, bens de consumo duráveis e material de transporte estão utilizando quase 90% da capacidade instalada, patamar próximo ao de antes da crise e acima da média dos últimos 10 anos.

Com a ajuda desses setores, que foram beneficiados por desonerações tributárias, o ajuste da indústria brasileira foi mais rápido do que se imaginava. Um ano depois da crise global atingir o País, as empresas enxugaram os estoques, voltaram a contratar e recuperaram o patamar histórico de produção. "A indústria está virando essa página", disse o coordenador da Sondagem Industrial da FGV, Aloísio Campelo.

Mas o desempenho ainda é heterogêneo, os setores exportadores continuam com uma capacidade ociosa significativa. Na média, o nível de utilização da capacidade da indústria da transformação atingiu 81,9% em setembro.

Ainda é um patamar baixo, inferior aos 85,4% de setembro de 2008, quando algumas empresas operavam em três turnos, mas próximo da média de 82,2% registrada desde 1999.

Para o economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Fernando Puga, "o País já atingiu um nível de utilização da capacidade que detona os investimentos". Os cálculos do banco mostram que, historicamente, as empresas investem quando o indicador supera 80%. Ele ressalta que não é um retorno ao patamar pré-crise, quando a taxa de investimento crescia 20%, mas já é uma virada.

Os segmentos agraciados com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) lideram a retomada do investimento. Em setembro, os fabricantes de material de construção utilizaram 89,3% da capacidade, nível próximo dos 90,7% de setembro de 2008 e acima da média de 83,5%.

Ao atingir esse patamar, algumas empresas do setor começaram a investir. É o caso da Votorantim Cimentos, que inaugurou esta semana uma nova unidade de produção em Aratu, na Bahia. O investimento foi de R$ 50 milhões. A fábrica faz parte de um plano de expansão da capacidade da empresa até 2011, que vai absorver investimentos superiores a R$ 2 bilhões.

O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, ressalta que as perspectivas para o setor de construção civil são muito boas por causa das obras que serão necessárias para realizar a Copa do Mundo, a Olimpíada e explorar as reservas de petróleo do pré-sal. "A indústria vai precisar produzir mais. No curto prazo, está se recuperando da crise. E, no longo prazo, o cenário é positivo."

Os fabricantes de bens de consumo duráveis, como geladeiras ou fogões, também atingiram um patamar de produção que estimula os investimentos. O nível de utilização da capacidade chegou a 88,9%, próximo aos 90,6% de setembro de 2008. Os empresários ainda tem receio, no entanto, de qual será o novo patamar do mercado em 2010, depois que o prazo de redução do IPI terminar.

Para o economista do JP Morgan Júlio Callegari, os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre vão evidenciar a volta do investimento, que foi duramente prejudicado pela crise. Nas contas do banco, o consumo interno de bens de capital cresceu 2,2% em julho e agosto em relação à média do segundo trimestre, sem efeitos sazonais. E a produção de insumos para a construção civil também aumentou 2,1% na mesma comparação.

Os economistas ressaltam que o atual nível de utilização da capacidade não representa risco inflacionário. Eles argumentam que o câmbio valorizado incentiva as importações e funciona como freio. "Não temos que ter medo de aumentar a capacidade ", disse o gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

O setor de material de transporte, que inclui a cadeia automotiva, teve uma recuperação da produção, mas ainda sofre com a queda das exportações. O nível de utilização da capacidade instalada chegou a 86,7% em setembro, abaixo dos 92,3% de setembro de 2008, quando muitas fabricantes de autopeças operavam no limite. A média histórica da categoria é muito baixa, de 79,8%.

A General Motors anunciou em julho que vai investir R$ 2 bilhões para produzir um novo veículo na fábrica de Gravataí (RS). A produção da unidade gaúcha subirá dos atuais 230 mil unidades por ano para 380 mil em 2014.

A fabricante de autopeças Freudenberg-NOK decidiu incrementar a capacidade de produção em 15% e as novas máquinas chegarão em breve. "Disparamos os investimentos porque estamos operando sete dias por semana", conta o presidente da empresa, George Rugistsky. A empresa também tem planos de trazer novas linhas de produtos para o País.

Fonte:O Estado de São Paulo

Mortes no trânsito mostram que motoristas não estão preparados para dirigir

No Brasil, para cada morte no trânsito, 11 pessoas são internadas, das quais 49% atropelados, 25% de acidentados com motos. Para cada morte, ocorrem quase mil colisões, o que evidencia um comportamento de risco por parte do motorista, que está mal preparado para conduzir ou transportar, disse para a Agência Brasil o ortopedista Marcos Musafir.

Em 1997, quando havia 12 milhões de pessoas habilitadas ao uso de veículos a menos no Brasil, 55 mil pessoas eram mortas por ano em função de acidentes no trânsito. Esse número baixou para cerca de 40 mil óbitos/ano. O custo com as mortes e os feridos no trânsito no Brasil alcança em torno de R$ 10 bilhões por ano, segundo dados do Ministério das Cidades.

Para Musafir, apesar da redução da mortalidade, é preciso melhorar os hospitais, para dar um atendimento melhor à população, e aumentar a fiscalização. Ele é consultor da OMS para traumas em geral, com destaque para os traumas músculo-esqueléticos, que abrangem braço, perna e coluna.

O médico disse que a OMS está usando como exemplo no mundo a Operação Lei Seca do Rio de Janeiro, realizada diariamente em vários pontos da cidade e que utiliza as vítimas de acidentes de trânsito para a conscientização da população. "Isso tem uma repercussão internacional excepcional. Também é um fator que soma para o Etienne [Krug] entender que o Brasil está se esforçando para isso", disse.

As recomendações feitas pela OMS para diminuir as consequências dos acidentes do trânsito são conhecidas em todo o mundo. O Brasil já aplica muitas delas, disse Musafir. "São as regras básicas do trânsito seguro e saudável. Primeiro, respeito às leis do trânsito. Quem cumpre as leis do trânsito evita se expor a riscos e, logicamente, evita acidentes".

Os motoristas devem estar atentos ao limite de velocidade, respeitar a sinalização, usar cinto de segurança, nunca consumir droga ou bebida alcoólica para dirigir, manter as crianças no banco traseiro com cinto de segurança ou em cadeiras próprias.

Essas medidas servem para "que você tenha uma redução dos riscos", afirmou o ortopedista. Em relação às motocicletas, Musafir enfatizou a necessidade de todos usarem o capacete e respeitarem as regras do trânsito. Isso se aplica também às bicicletas, cujo uso está sendo incentivado.

Disse que o maior número de vítimas são pedestres, que atravessam fora da faixa ou atrás de veículos em movimento. "O respeito ao pedestre pelo dono da arma, que é o motorista, tem de ser enfatizado também. São essas as recomendações da OMS que encara o trânsito como um problema de saúde pública, pelos danos que causa".

Outra preocupação é promover a saúde do trânsito, para que os motoristas tenham condições adequadas de dirigir. "Não dirigir com sono, ter iluminação correta nas vias, sinalização adequada. Tudo isso somado leva a um trânsito mais seguro, como é na Suécia, na Noruega, na Alemanha". O consultor da OMS destacou, ainda, que em países como a Índia e a China, o trânsito é extremamente perigoso. Na China, por exemplo, são produzidas 3 mil motocicletas por hora. E o número de mortos chega a 500 pessoas por dia. "Então, é um problema mundial. E a recomendação maior da OMS é que os países criem leis e as façam cumprir porque, assim, você teria uma redução dos traumas de trânsito".

Essas questões serão discutidas no Seminário Internacional de Traumas no Trânsito, que ocorre este mês, no Rio de Janeiro. O seminário também servirá para mostrar ao diretor do Departamento de Violência da Organização Mundial da Saúde (OMS), Etienne Krug, que o Brasil está melhorando os índices de mortalidade e morbidade no trânsito.

Os problemas do trânsito também serão discutidos no encontro ministerial que reunirá os 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro, em Moscou. No encontro, serão definidas as metas de saúde e segurança no trânsito para a Década do Trânsito da ONU, que vai de 2010 a 2020. Em nível global, os acidentes no trânsito causam 1,3 milhão de mortos por ano ou uma morte a cada 30 segundo, de acordo com números da OMS.

Fonte:Agência Brasil

Cem multas por hora no feriadão

A prudência ao volante aproveitou o feriadão para tirar uma folga nas estradas gaúchas. Dados parciais mostram que, entre sexta-feira e domingo, os policiais rodoviários aplicaram cem multas por hora nas rodovias estaduais e federais – o dado não inclui os pardais. Quando os agentes inserirem os dados de ontem, a média tende a aumentar, porque o retorno dos feriados costuma apresentar crescimento nas infrações em razão do fluxo intenso.

Dos 9.171 veículos que tiveram a velocidade medida pelos radares móveis do Comando Rodoviário da Brigada Militar, 1.302 (14%) estavam pelo menos 10% acima do limite máximo permitido e foram autuados. O número engloba apenas o período entre o meio-dia de sexta-feira e a meia-noite do domingo e não abrange os flagrantes feitos por pardais e lombadas eletrônicas, que serão contabilizados apenas hoje.

Além disso, o Comando Rodoviário parou 10.161 veículos nas estradas estaduais. Essas abordagens redundaram em 2.252 autuações (22% do total). Foram 72 carteiras nacionais de habilitação (CNHs) apreendidas – 63 por infrações que preveem essa penalidade, duas por estarem com excesso de pontos e oito por embriaguez do condutor. Na soma, a corporação fiscalizou 19.332 veículos e encontrou 3.554 infrações (18,3%) nas rodovias estaduais.

– Infelizmente, o dado não surpreende. Isso é o que costumamos constatar em feriadões. Nesses feriados prolongados, as pessoas acham que podem extrapolar e relaxam no cuidado com as normas de trânsito. É uma questão comportamental. Todo mundo sabe em que velocidade tem de andar e conhece as regras, mas mesmo assim não cumpre – lamenta o major Egon Kvietinski, chefe do Estado Maior do Comando Rodoviário da BM e especialista em trânsito.

Estradas tiveram mais de 230 acidentes até domingo

O major lembra que a imprudência generalizada se reflete nos acidentes. Entre o meio-dia de sexta e o domingo, eles somaram 108 nas rodovias estaduais, com três mortos, 80 feridos e 180 veículos envolvidos.

Nas rodovias federais, não foi contabilizado o total de veículos fiscalizados pelos radares móveis, mas o número de autuações superou o verificado nas vias estaduais. Os 26 radares móveis ou portáteis usados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) apanharam 1,6 mil condutores em velocidade acima da permitida entre a sexta e o domingo.

Nas abordagens feitas pela PRF, surge o retrato mais alarmante do descaso com as normas. Os 3.160 veículos fiscalizados renderam 1.321 multas – um índice de 42%. Em alguns casos, um mesmo carro pode ter recebido mais de uma multa.

– É uma proporção alta – reconhece o inspetor Alessandro Castro, chefe do setor de comunicação da PRF no Estado.

A estatística nas rodovias federais nos três primeiros dias de feriado prolongado era de 124 acidentes, 45 feridos e duas mortes.

Fonte:Zero Hora

Rentabilidade das exportações do Brasil é a menor da história

Exportar se tornou um mau negócio no Brasil. A rentabilidade das exportações está no menor patamar de sua história. O real valorizado derrubou o indicador da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) para o nível mais baixo desde 1985, quando a série começou a ser calculada.

As empresas relatam que a demanda externa começou a se recuperar lentamente, depois da queda abrupta nas vendas provocada pela crise global. Os preços dos produtos embarcados pelo País também tiveram uma pequena alta, puxados pelo desempenho das commodities. Mas o real valorizado anulou os ganhos.

"Se não fosse pelo câmbio, as exportações seriam até bastante positivas", disse a diretora de exportação da A. Grings, dona da marca Piccadilly, Micheline Grings Twigger. Segundo ela, a fabricante de calçados gaúcha percebe uma movimentação do mercado, mas o câmbio deixou seus produtos fora do preço ideal. "Para recuperar os mercados que perdemos, um preço competitivo era essencial."

O indicador de rentabilidade da Funcex é calculado com base na taxa de câmbio, nos preços das exportações e em uma estimativa de custo das empresas. Em agosto, o índice estava 3,9% abaixo de julho e 11,6% abaixo de agosto de 2008. Segundo Fernando Ribeiro, economista-chefe da Funcex, uma projeção preliminar aponta mais uma queda da rentabilidade da exportação de 1% em setembro.

"As perspectivas são negativas para as margens de lucro dos exportadores, porque não sabemos para onde vai o câmbio. O Brasil está muito atraente para os investidores. A tendência de entrada de capital no País é significativa , o que provoca a valorização da moeda", explica Ribeiro.

O impacto do real forte é mais complicado para os produtos manufaturados, porque o mundo pós-crise está mais competitivo, com menos compradores e mais vendedores. Para as vendas de commodities, o Brasil possui um mercado praticamente cativo. O dólar fechou cotado a R$ 1,737 na sexta-feira. Em relação ao início do ano, o real acumula uma valorização de 34,4% em relação à moeda americana.

As exportações de manufaturados cresceram 10,3% em setembro em relação a agosto. O aumento reflete o início da reação dos mercados internacionais. No acumulado do ano, no entanto, as vendas externas desses produtos registram queda de 31,2%. No geral, as exportações brasileiras caíram 25,1% de janeiro a "Os clientes nos Estados Unidos retomaram os pedidos, mas os europeus ainda não. O problema é que recebemos cotações, mas não conseguimos vender, porque não temos preço", explicou o vice-presidente da Teka, Marcelo Stewers. Ele também reclama das medidas protecionistas da Argentina, que prejudicam as vendas em um mercado importante para a fabricante de produtos de cama, mesa e banho. "Com esse câmbio, o Brasil está caminhando para uma destruição do seu parque fabril de manufaturados."

O câmbio já esteve em patamares mais baixos do que agora e, mesmo assim, os fabricantes brasileiros de manufaturados seguiram exportando. Em 2008, por exemplo, o dólar chegou a bater R$ 1,55. Segundo empresários e economistas, o problema atualmente é que outros fatores não estão compensando a perda cambial.

No ano passado, os preços de exportação subiram 26,3% em relação a 2007, puxados pelos produtos básicos, cujas cotações avançaram 41,2%. Com a crise, os preços despencaram. Em agosto deste ano, os exportadores brasileiros vendiam, em média, seus produtos 23% mais baratos do que em agosto de 2008. Nos manufaturados, a queda foi de 12,2% - um nível importante, porque esse tipo de produto sofre menos variação de preço que os básicos.

Depois do ápice da crise, os preços de exportação voltaram a subir a partir de maio, acompanhando a evolução das commodities, mas a recuperação é lenta e está sendo anulada pelo câmbio. Entre maio e agosto, as cotações dos produtos exportados subiram 5,3%, mas o real se valorizou 10%. "A competição aumentou no mundo pós-crise e não há espaço para reajustes significativos", disse José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

A Eliane Revestimentos Cerâmicos reajustou os preços para os mercados externos em 5% em agosto. Foi o primeiro repasse do ano. Segundo o gerente de exportação da fabricante de azulejos e porcelanas, Márcio Muller, a alta foi insuficiente para compensar o câmbio, mas, ainda assim, pode afugentar clientes. "Qualquer reajuste agora gera redução dos negócios, porque a economia está desaquecida. Mas não tivemos escolha." O executivo prevê uma queda de 15% a 20% nas exportações da empresa neste ano em relação a 2008.

Segundo Ribeiro, da Funcex, o câmbio atual e os preços de exportação voltaram para os níveis de 2007. Mas a rentabilidade das exportações está pior do que naquele ano, por conta do aumento dos custos. Ele recorda que, nas vésperas da crise, a inflação estava em alta no Brasil. Depois da turbulência, os preços recuaram, mas menos do que no exterior. No Brasil, o Índice de Preços do Atacado (IPA) está 8,4% acima de dezembro de 2007.

Fonte:O Estado de São Paulo

Preço do etanol já subiu 59% na atual safra

O preço do etanol já subiu 59% na atual safra, entre abril e outubro. A causa é o aumento da demanda pelo combustível e a consequente queda nos estoques na usinas.

Segundo números da União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica), o atual estoque é de 2,414 bilhões de litros, 36,9% menor que na safra passada. A demanda cresceu 16,81%, correspondente a 1,713 bilhão de litros.

Como a oferta de etanol caiu 3,08%, de 16,9 bilhões para 16,4 bilhões de litros no período, ou 500 milhões de litros, o resultado natural foi a disparada nos preços do combustível nas usinas. Em compensação as exportações caíram.

Fonte:O Estado de São Paulo

Assembleia aprova lei que proíbe seguro de impor oficina

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou na noite de anteontem dois projetos de lei que impedem abusos por parte de seguradoras de automóveis.

Uma das propostas prevê que essas empresas não poderão impor aos segurados um número de oficinas nas quais eles poderão fazer os reparos em seus veículos acidentados. Atualmente, conforme constatou a CPI das Operadoras de Seguros, a maioria das empresas determina que seus clientes façam os serviços em um pequeno grupo de oficinas.

"Há mais de 18 mil oficinas no Estado, no entanto, cada seguradora escolhe quatro ou cinco em que o segurado pode ir", disse Ângelo Coelho, presidente do Sindicato das Indústrias de Funilaria e Pintura de São Paulo, que depôs na CPI denunciando o esquema.

O outro projeto, obriga as seguradoras de veículos a registrar todos os casos de sinistros no Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

O objetivo é evitar que carros totalmente destruídos sejam vendidos com a documentação, em vez de serem comercializados como ferro velho.

Segundo a CPI apurou, a venda de sucatas com documentação incentiva o aumento da criminalidade. Isso porque criminosos compravam os documentos para regularizar carros roubados ou furtados.

As duas propostas dependem da sanção do governador. Para o presidente do Instituto Brasileiro Contra Fraudes de Seguradoras, Rubens Proença, a aprovação das propostas é considerada uma vitória dos consumidores.

"Mas é preciso punir as seguradoras que cometeram fraudes fiscais e usam documentação fria, conforme ficou provado na CPI", disse Proença.

Ontem, a Folha não conseguiu falar com representantes da Federação Nacional de Seguros Gerais, que representa o setor.

Fonte:Folha de São Paulo

É "impossível" cumprir nova lei, diz sindicato

Para o presidente do sindicato das transportadoras de SP, Francisco Pelucio, a lei que obriga os fornecedores de produtos a informarem, no ato da venda, o dia e o horário da entrega "é impossível cumprir". Pelucio diz que vai pedir ao governador José Serra (PSDB) a revogação da nova lei.

Segundo o presidente do sindicato das transportadoras, a nova regra é "uma preocupação a mais para o setor", apesar de a multa ser aplicada para a empresa que vendeu o produto. "São Paulo para todo dia um pouquinho a mais. Você carrega uma carga em uma empresa de eletrônicos, por exemplo, e sai com 12 a 15 entregas para fazer em locais diferentes da cidade. E tem dia que fica parado três horas no trânsito. Como vou poder programar?", diz ele.

"Já cumprimos hoje o rodízio de placas, das 7h às 10h e das 17h às 20h. Aí, entramos no rodízio da zona de restrição de caminhões, das 10h às 16h, um dia é placa par e outro dia é placa ímpar", afirma Pelucio. Serra disse que a nova lei é a favor do consumidor. "Todo mundo sabe como é perturbador ficar esperando", afirmou.

As Casas Bahias, maior rede de lojas de departamentos do país, afirmaram que vão cumprir a lei, mas não informaram se terão de mudar seu sistema de entregas.

Fonte:Folha de São Paulo

A recuperação avança na indústria

A indústria está considerando que agosto marcou a consolidação da recuperação da produção. É o que conclui a Confederação Nacional da Indústria (CNI) na publicação dos seus Indicadores Industriais para aquele mês.

Pela terceira vez consecutiva, o faturamento real cresceu em relação ao mês anterior: 1,2% sobre julho, embora com dois dias úteis a menos, e uma valorização do real de 4,5% no mês. Todavia, no acumulado do ano, a produção ainda é 7,9% menor do que a do mesmo período de 2008. Além disso, só 9 dos 19 setores mostraram crescimento, com destaque para máquinas e equipamentos (+3,8%) e material elétrico e de comunicações (+17,8%).

Apesar dessa recuperação (parcial), registraram-se recuo de 1,3% das horas trabalhadas (0,2% em termos dessazonalizados) e um ritmo menor de horas trabalhadas na produção de veículos automotores.

A diminuição das horas trabalhadas certamente explica a queda de 3,3%, no mês, da massa salarial. Para os oito primeiros meses, ante mesmo período de 2008, a queda é de 2,5%. A queda nas horas trabalhadas talvez faça parte da tática das empresas, na véspera de discussões de reajustes salariais - a maior queda foi no setor da produção de automóveis (12,5%).

Uma outra explicação é que a indústria poderia ter voltado a contratar, com salários dos novos empregados abaixo da média dos antigos.

Em termos dessazonalizados, o emprego cresceu 0,7% em agosto, e foi a primeira vez no ano em que houve crescimento. Essa é uma novidade muito importante, pois o nível de emprego é o último indicador a melhorar no caso de recuperação da produção, e na maioria dos países industrializados o desemprego não cessa de crescer. Verifica-se que, mesmo nos setores em que não houve aumento do emprego, a queda perdeu intensidade.

O fator mais importante para avaliar a retomada da indústria está na redução da ociosidade do parque industrial. Em agosto a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) foi de 81,1%, ante 80,5% em julho. Retirando os elementos sazonais, atingiu 80,1%, ante 79,8% em julho.

Desde março a UCI está crescendo, mas é a primeira vez no ano que supera 80%, embora fique abaixo dos 82,7% de um ano atrás.

Tudo indica que nos últimos meses do ano a recuperação da indústria ganhará força para atender à demanda das festas natalinas.

Fonte:O Estado de São Paulo

Horário de Verão exige mudança nos relógios no próximo sábado

Horário de Verão exige mudança nos relógios no próximo sábado
O fim do ano chega e, com ele, o Horário de Verão. Nesse ano, a medida entra em vigor a partir da zero hora de 18 de outubro. Por isso, os relógios devem ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Distrito Federal. Com duração de 126 dias, o Horário de Verão tem término marcado para 20 de fevereiro de 2010.

O principal objetivo dessa iniciativa é melhorar o aproveitamento da luz natural e, com isso, economizar. Com a diminuição da demanda no horário de pico de consumo, das 18h às 21h, é possível reduzir o gasto de energia e proporcionar o funcionamento adequado do sistema de transmissão e distribuição de eletricidade.

A CPFL Paulista, empresa do grupo CPFL Energia, estima uma redução de 0,8% no consumo de energia elétrica nas 234 cidades de abrangência. Isso representa uma economia de consumo de 70.829 Mwh, volume suficiente para atender uma cidade do porte de Campinas, no interior paulista, com 1,1 milhão de habitantes, durante 9 dias. Ou ainda Bauru, cidade também do interior de São Paulo, por 34 dias.

No período de pico, a expectativa é de uma redução de 5,8% na demanda de energia.

Curiosidade

No Brasil, a medida foi adotada pela primeira vez em 1931. Porém, apesar de existir há 78 anos, só há 25 é colocada em prática de forma consecutiva. Essa é a 39ª edição do Horário de Verão no País.

Os estados que adotam a medida e que têm que alterar os relógios são: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Fonte:Transporta Brasil