11 de set. de 2009

Bovespa segue exterior e abre em alta

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o pregão de hoje em alta, embalada por uma série de dados sobre a economia chinesa e pelo sinal positivo visto nas bolsas internacionais. A notícia de que o Brasil saiu da recessão técnica, ao crescer 1,9% no segundo trimestre deste ano, também atrai os investidores para as ações brasileiras. O contrapeso para a Bovespa, porém, vem das commodities, que oscilam entre altas e baixas. Além disso, analistas lembram que os níveis elevados dos mercados acionários abrem espaço para uma realização de lucros. Ontem, a Bolsa brasileira subiu pelo quinto pregão seguido e fechou no nível dos 58 mil pontos pela primeira vez este ano. Às 10h07, o índice Bovespa (Ibovespa) subia 0,47%, aos 58.812 pontos.

A bateria de dados econômicos favoráveis de hoje começou na China. O gigante asiático surpreendeu ao divulgar números melhores que o esperado pelos analistas, o que provocou uma alta de mais de 2% na Bolsa de Xangai. Em agosto, a produção industrial chinesa avançou 12,3%, na comparação anual, e as vendas no varejo dispararam 15,4%, enquanto a deflação perdeu força e o CPI caiu 1,2%.

No Brasil, a economia também deu sinais de reação, mostrando que os países emergentes vêm conseguindo sair da crise mais rápido que os desenvolvidos. O Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu 1,9% no segundo trimestre deste ano, ante o trimestre imediatamente anterior, mas cedeu 1,2% na comparação com igual período de 2008.

Entre os números sobre a economia, destaque para o melhor desempenho do setor industrial, cujo PIB cresceu 2,1% no segundo trimestre ante o primeiro, e para o consumo das famílias, que também subiu 2,1%, na mesma base de comparação. Com isso, setores de varejo e construção civil devem reagir em alta à retomada de crescimento do País.

O consumo também chama atenção nos Estados Unidos. Hoje, os investidores estarão atentos à divulgação do dado preliminar do sentimento do consumidor, da Universidade de Michigan, referente ao mês de setembro. No mês passado, o dado preliminar caiu abaixo das expectativas dos analistas e influenciou negativamente as bolsas. Ainda na agenda norte-americana, saiu hoje o dado referente ao preço das importações, que subiu 2% em agosto, ante previsão de 1,2%. Às 11 horas, saem os estoques e as vendas no atacado de julho. A expectativa é de recuo de 1% nos estoques.

Argentina não deve eliminar barreiras do comércio com Brasil - 11/09/2009
O governo da Argentina não pretende atender aos apelos do Brasil de eliminar as barreiras contra o comércio bilateral que estão sendo impostas desde outubro do ano passado, segundo fonte do Ministério da Produção.

Durante a reunião da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral, que está sendo realizada nesta quinta-feira, 10, em Buenos Aires, o subsecretário de Política e Gestão Comercial do Ministério de Produção, Eduardo Bianchi, defendeu a manutenção das medidas de "preservação da indústria nacional e dos empregos no país".

A equipe de negociadores brasileiros, liderada pelo secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC), Ivan Ramalho, argumenta que as barreiras favorecem a entrada dos produtos chineses e prejudicam os brasileiros. Mas a equipe de Bianchi, sob o comando da ministra Débora Giorgi, afirma o contrário. O argumento argentino é de que, nos primeiros oito meses de 2009, a aprovação das licenças não automáticas de importação por parte da Argentina "tem permitido que os produtos de origem brasileira preservem e, inclusive, aumentem sua participação no mercado argentino".

Segundo a fonte, "as licenças não automáticas atingem somente 6% das exportações brasileiras". Mas o governo brasileiro afirma que 14% da pauta exportadora para a Argentina foi afetada pelas medidas protecionistas do vizinho. A fonte argentina informou que, em relação aos produtos brasileiros sob regime das licenças não automáticas, o Brasil ganhou mercado mais que a China. "Em móveis de madeira, por exemplo, a China só exportou para a Argentina 25 mil unidades em julho, enquanto o Brasil nos vendeu 173 mil móveis", exemplificou a fonte.

No setor de calçados, também em julho, o Ministério de Produção liberou a importação de 1,1 milhão de pares brasileiros, enquanto aprovou 426 mil licenças de importação para os calçados de origem chinesa.

A fonte ressaltou que nestes dois casos houve um acordo entre os setores privados de ambos os países para "a autolimitação" das exportações brasileiras. "Nosso país está cumprindo com o compromisso de autorizar as licenças não automáticas de todos os setores que fecharam um acordo sobre os volumes a serem exportados", destacou.

Nas várias reuniões que estão sendo realizadas hoje, se encontram representantes dos setores de pneus, bicicletas, brinquedos, têxteis e laticínios. Bianchi e Ramalho devem conceder entrevista coletiva à imprensa no final do dia, segundo a assessoria de imprensa da Embaixada do Brasil.
Fonte:Agência Estado

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