26 de jan. de 2010

Desafio Rodoviário

Desafio Rodoviário

Os pontos de encostas com deslizamentos, identificados no trecho Rio-Petrópolis da BR-140 (Rio-Juiz de Fora), espelham na opinião de especialistas um quadro merecedor de atenção, para efeito das providências corretivas e preventivas que se fazem necessárias, diante de eventuais condições insatisfatórias de segurança de tráfego, as quais venham a exigir o aprofundamento de tais medidas.

A propósito, a empresa concessionária informou que monitora permanentemente trechos da rodovia onde há encostas, lembrando ainda que a região, como outras no Estado, vem sendo atingida por fortes temporais, "ficando difícil prever as consequências de fenômenos naturais ou apontar onde estão os pontos mais vulneráveis da rodovia, já que chuvas fortes e concentradas em um determinado local podem desestabilizar áreas com boa cobertura vegetal e consideradas seguras".

Isso sem deixar de admitir, em outro trecho do comunicado, que fatores como desmatamentos e ocupações irregulares contribuem para os problemas.

De acordo com o engenheiro e assessor de Meio Ambiente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ), Abacto Otoni, a ocupação desordenada, além de desmatar, leva peso, lixo e esgoto para a encosta: "No período chuvoso, que vai até março ou abril, essa situação se agrava, pois a chuva fina e de maior duração encharca o solo".

Por isso mesmo, e a seu ver, o fim das ocupações irregulares, a preservação da mata, a construção de muros de proteção da encosta e serviços de drenagem são medidas emergenciais importantes para evitar riscos, reconhecendo porém que "as políticas públicas para impedir essas ocupações desordenadas são insuficientes".

Registre-se, por outro lado, que apesar de contar com pontos críticos, a malha rodoviária do Estado do Rio de Janeiro, numa proporção de 63,4%, foi considerada ótima ou boa, segundo o levantamento feito pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) em 2009.

O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio, Marcelo Cotrim, informa que todas as estradas federais no Estado passam atualmente por intervenções e, nesse sentido, a previsão de investimentos em 2010 é de R$ 200 milhões.

O diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, ainda recentemente declarou que, graças ao Programa Nacional de Manutenção Rodoviária, 90% das rodovias já estão com contratos, seja de conservação, de restauração e de manutenção, permitindo que haja empresas constantemente mobilizadas para cada trecho, além de salientar que o órgão tem condições de apresentar respostas "extremamente ágeis" a situações emergenciais, como as decorrentes de chuvas mais intensas.

A pesquisa de 2009 da CNT, entretanto, apontou que 69% das estradas brasileiras estão em condições péssimas, ruins ou regulares para o tráfego, o que deixa entrever, por si só, uma realidade convertida em verdadeiro desafio, face às implicações econômicas, sociais e humanas que daí se irradiam e aferíveis, por certo, em relação à própria estratégia de desenvolvimento do País.

Fonte:Jornal do Commercio

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