15 de jun. de 2009

Alstom faz ofensiva mundial para ocupar topo do ranking

VIENA - A área de transportes da francesa Alstom começa a ampliar mais os horizontes, pois pretende reforçar os nichos onde atua para abocanhar uma fatia maior do mercado mundial. Apesar de ter 70% do market share na alta velocidade mundial, levando em conta todos os segmentos de passageiros sobre trilhos, a Alstom detém 27% do bolo global, atrás da líder no setor, a Bombardier, posição que poderá ser revertida nos próximos anos. Para isso, a companhia cresce os olhos tanto em mercados maduros na área de transportes urbanos, porém que ainda apresentam projetos relevantes a serem desenvolvidos, quanto no potencial de países com bons índices de crescimento e que apresentam demandas inexploradas.

"Queremos competir pelo mundo, em todos os segmentos de transportes que atuamos", comentou Philippe Mellier, presidente da Alstom Transport, em Viena, na Áustria, ao concordar que em países como o Brasil, a China, a Índia e o México a falta de infraestrutura rodoviária tem criado um mercado potencial a ser explorado pelo setor ferroviário. Segundo o executivo, o Brasil, apresenta boas oportunidades tanto na área dos metrôs, quanto dos Veículos Leves Sobre Trilhos (VLTs) - este um dos principais alvos da Alstom no País.

Trem-bala

Porém, a grande obra que elevaria o patamar brasileiro, entre os principais mercados que a Alstom atua, seria mesmo o trem de alta velocidade (TAV), mais popularmente conhecido como trem-bala, que deverá ligar a cidade de São Paulo ao Rio de Janeiro - empreitada já avaliada pelo setor na casa dos US$ 15 bilhões. "Essa é uma das oportunidades que serão trazidas, entre outras, por conta da Copa de 2014", comentou o presidente Alstom, em entrevista ao DCI.

Apesar do cenário, engana-se quem acredita que o TAV brasileiro é o único projeto a ser disputado acirradamente pelas corporações de porte mundo a fora. Para se ter uma ideia, existem oportunidades como o plano de investimento de 35 bilhões de euros, criado para o transporte urbano na região de Paris, a longo prazo, bem como a suntuosa intenção da China em aportar 85 bilhões de euros para o desenvolvimento do setor - só em linhas ferroviárias serão 2,1 mil quilômetros. "A Rússia é também um mercado com potencial enorme", acrescentou o presidente da Alstom.

Ou seja, mesmo com a turbulência econômica, o setor de transportes urbanos, no âmbito municipal ou interestadual, apresenta novos negócios para médio a longo prazo, e que devem sair gradativamente nos próximos anos, a fim de evitar o caos total nos grades centros urbanos. Mellier ressaltou ainda o conceito de "multiespecialista" que a companhia trabalha no mercado, por ter capacidade em oferecer desde o material rodante (carros de trens), até a parte de infraestrutura e os equipamentos de sinalização, além da área de serviços de manutenção, que pretende incrementar em seu portfólio.

Para o executivo da Alstom, o fato de a empresa ser a única corporação com o alcance de realizar o trabalho de ponta a-ponta, garante um grande diferencial na hora de conquistar mais projetos mundialmente.

Além da tecnologia dos trens de alta velocidade, entre os mercados que fariam a companhia francesa acelerar a disputa pela liderança mundial estão os metrôs e os VLTs, que apresentam mais potencial, este último com uma taxa de crescimento calculada a 3,7% ao ano, para os próximos 10 anos, enquanto os chamados metropolitanos apresentam condições positivas, de avançar 2,7% ao ano, com atenção a regiões como a Ásia, a América Latina e no Leste Europeu.

Solidez

Presente em mais de 70 países, a Alstom apresentou resultados satisfatórios no último balanço financeiro, em um ano fiscal que se encerrou em março e pegou praticamente um semestre inteiro de crise internacional. A corporação fechou o período com lucro líquido de 1 bilhão de euros, cerca de 30% acima do anterior - a principal fatia de negócios da Alstom está ligada ao setor de energia.

O faturamento da área de transportes atingiu 8,12 bilhões de euros, sendo que o Brasil representa hoje 3% desse universo. "A crise afeta mais o ferroviário de cargas, por isso acredito que manteremos uma boa performance depois de ter reestruturado nossa gestão há cerca de 5 anos e por garantir o fechamento de bons projetos nos últimos dois".

Já no Brasil, o também francês Philippe Delleur, presidente local da companhia, reforçou que a escolha das 12 cidades que devem sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014 deve representar um impulso para comercialização de novos VLT, por serem eficientes na "ligação entre estádios, aeroportos e pontos turísticos". Ele acrescentou que estes veículos comportam entre 140 e 300 passageiros por trem, o equivalente a 3 ônibus ou 50 carros de passeio.

FONTE http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=7&id_noticia=288858&editoria=

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