28 de jul. de 2009

Gestão ambiental e de custos levarão à eficácia logística

Fonte:
WebTranspo
28/7/2009


Foz do Iguaçu, no Paraná, foi ponto de encontro, na última semana, para autoridades de diversos países interessados em agregar uma logística eficaz com menor custo financeiro no que diz respeito ao transporte.

Na ocasião, os participantes chegaram à conclusão de que serão necessárias várias iniciativas para alcançar esse resultado. Uma delas é priorizar a gestão ambiental, concomitantemente à redução de custos.

Organizado pela Appa (Administração dos Portos de Paraná e Antonina), em parceira com a OEA (Organização dos Estados Americanos), a discussão se deu, principalmente, em relação a zonas portuárias. Foi considerado que é essencial uma avaliação sobre as condições ambientais e sociais atuais, passadas e futuras de todas as regiões.

“É fundamental pensarmos nas questões ambientais e no conjunto de políticas sociais que devem ser adotadas por todos aqueles que atuam na atividade portuária do País”, disse Orlando Pessuti, Governador em exercício do estado do Paraná, que frizou a continuidade de investimentos para a melhoria de políticas à importação e exportação.

O efeito estufa também ganhou ênfase na argumentação de Andréa Santos, Coordenadora de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, relatou Daniel Lúcio Oliveira de Souza, Superintendente da Appa.

Ela falou sobre os impactos negativos do aumento da temperatura no Planeta e a repercussão sobre o setor produtivo. “Nas cidades portuárias, o aumento do nível do mar pode trazer consequências bastante graves para a economia, pois prejudicará a manutenção e a operação de portos, além de afetar o turismo e toda a economia que gira em torno desses sistemas”, alertou.

De acordo com a coordenadora, será necessária uma nova infraestrutura para lidar com as operações portuárias, na medida em que houver o aumento do nível do mar. “A possibilidade de mudar a localização do porto também deve ser considerada. Não podemos esquecer, no entanto, a urgente necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, já que os estudos demonstram que os gastos de adaptação são muito mais elevados que os custos de mitigação, ou seja, para reduzir as emissões de gases poluentes”observou.

Gasto com transporte

No que se refere à redução de valores na gestão de transportes, Valter Fanini, Presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, disse que esse debate é importante, principalmente quando há a possibilidade de ressaltar que as políticas para a logística de transporte não devem se concentrar nas mãos de empresas privadas. Segundo ele, esse é um dos pontos que precisa ser revisto.

Fanini diz, ainda, que uma das melhores iniciativas sobre essa questão foi a retomada do estado paranaense na administração da Ferroeste. Para ele, um equívoco logístico no Brasil é “a opção quase exclusiva pelo modal rodoviário”.

Embora especialistas do segmento de transporte acreditem que a solução para o País seja a multimodalidade – integração dos modais fluvial, ferroviário, hidroviário, rodoviário e de cabotagem -, Samuel Gomes, Presidente da Ferroeste, ressalta que a ferrovia pode proporcionar muita economia, se for mais explorada.

“A ferrovia contribui para a política de sustentabilidade e gestão ambiental. Além de consumir cinco vezes menos energia, transporta pelo menos o triplo da quantidade de carga de um caminhão”, contou.

Na opinião de Gomes, a construção de ferrovias promove a redução de taxas no transporte, o que estimula o processo de industrialização e desenvolvimento em regiões carentes de uma economia “rica”.

Outra ação que deve diminuir o custo dos transportes é a dragagem dos acessos portuários. Segundo a Appa, a reestruturação dos canais gerará o aumento do fluxo de navios, menos espera pela atracação, navios de maior capacidade em rotas brasileiras e ganho em exportação.

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