10 de jul. de 2009

Goteiras e rachaduras nos túneis da Imigrantes

Fonte:
Jornal da Tarde
10/7/2009


Goteiras, infiltrações por meio de fissuras e poças dágua são comuns nos três túneis da pista descendente da Rodovia dos Imigrantes, inaugurada em 2002, que liga a capital à Baixada Santista. O problema levou a Ecovias - concessionária responsável pela administração do Sistema Anchieta/Imigrantes - a colocar em teste um “telhado antigoteira”.
A cobertura é feita com telhas de alumínio leve, pintadas de branco, e reveste 500 metros de extensão do primeiro dos túneis da pista mais nova da rodovia. O revestimento no teto desvia a água que se infiltra na parede para drenos nas laterais da pista, evitando que o asfalto fique molhado e comprometa a segurança do motorista. O custo é de R$ 650 mil. Revelados em 2005, os problemas não representam ameaça à estrutura dos túneis, segundo a concessionária e engenheiros especializados nesse tipo de obra.

Mas, dizem os profissionais especializados, a constância dessas infiltrações pode afetar a segurança dos usuários da pista.

Dos sete acidentes com mortes registrados nos túneis da nova Imigrantes desde o início de operação, em 17 de dezembro de 2002, quatro ocorreram em 2008. A circulação de caminhões e ônibus é proibida. A empresa concessionária, cuja tarifa de pedágio, de R$ 17,80, é a mais cara do Estado, considera baixo o número de ocorrências com mortos em seis anos e meio de funcionamento da pista.

Em teste desde o final do ano passado, a cobertura deve ser instalada em outros pontos considerados críticos pela concessionária. Isso só deve ocorrer em 2010, após um ano de avaliação do revestimento, testado com o aval da Agência Reguladora dos Transportes do Estado de São Paulo (Artesp).

“A telha é permanente. Se quiser passar por uma inspeção, dá para ser retirada e recolocada sem nenhum problema. É um protótipo utilizado na Itália e no Chile também. No orçamento do próximo ano, vamos colocar (a previsão das telhas). A ideia é fazer outras intervenções em lugares onde está pingando água”, diz Pietro Bettaglio, gerente de engenharia da Ecovias. “Não é problema estrutural. A obra foi feita para conviver com isso.” A Ecovias diz que a localização da pista - no meio do maciço rochoso, com forte pressão de água da serra - contribui para os problemas, decorrentes do entupimento da drenagem.

A Artesp disse que “o gotejamento observado pelos usuários está sob controle e algumas intervenções foram executadas para que o fluxo da água não alcance as pistas”.

OBRA ECOLÓGICA


O projeto de engenharia da pista da Imigrantes foi considerado uma obra singular no País

A obra foi chamada de ecologicamente correta: os túneis extensos permitiram apenas sete pontos de interferência na vegetação de Mata Atlântica

Foram afetados apenas 40 hectares, contra 1.600 hectares da primeira pista da Imigrantes, construída nos anos 1970

Por dia, a drenagem faz a captação de 100 mil litros de água, reconduzidos ao meio ambiente

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