21 de set. de 2009

Estradas: 28% dos mortos são pedestres

As rodovias paulistas sob concessão da iniciativa privada recebem em média, diariamente, 17,2 mil carros, motos e caminhões. Mas cresce o número de pessoas em meios não motorizados entre os mortos em acidentes. Para cada quatro mortes, uma é de pedestre, em um total de 82 casos entre janeiro e julho deste ano.

Os números foram divulgados ontem pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), durante a entrega dos prêmios para as concessionárias que conseguiram reduzir índices de acidentes e mortes. No total, incluindo todo tipo de acidente, a quantidade de casos com óbitos ficou estável nos primeiros seis meses do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram registrados 373 casos entre janeiro e julho de 2009, ante 378 em 2008 - queda de 1,3%.

A média mensal de atropelamentos apresentou redução na média mensal dos primeiros seis meses de aproximadamente 6% em relação à média de todo o ano passado. No entanto, aumentou a gravidade dos casos e, por isso, a quantidade de mortes ficou praticamente estável - caiu de 14 para 13,6 casos em média. Em 2005, os ocupantes de veículos eram 47% do total de vítimas e agora são 42%. Por outro lado, os motociclistas passaram a ser 20,3% e as pessoas em meios não motorizados, 37% - 28% de pedestres e 9% de ciclistas.

Os dados de pedestres contrastam com o investimento feito em medidas de segurança, como a construção de passarelas. Segundo a Artesp, foram construídas 132 passagens nos últimos anos e há planos para outras 67. "Nós estamos fazendo um trabalho de conscientização, porque as pessoas não utilizam as passarelas. Os pedestres querem levar perto das estradas o comportamento que adotam nas cidades. E por isso são vítimas de acidentes", diz o diretor de Operações da Artesp, Marco Antonio Assalve.

Na tentativa de reduzir o número de acidentes com pedestres, uma das concessionárias criou uma "isca" para atrair quem está a pé: fez campanhas oferecendo café da manhã para a população em cima das passarelas. A Artesp também afirma que as concessionárias vão intensificar a construção de muros que isolem as estradas.

Para o presidente da Associação Brasileira de Pedestres, Eduardo José Daros, só será possível reduzir esses números de mortes quando for proibida a circulação de pedestres nos acostamentos das rodovias, especialmente nas concedidas, cujos limites de velocidade são mais altos. "O acostamento é um espaço de emergência para os veículos, não é apropriado para pedestres. E quando ele está ali, sente-se mais estimulado a cruzar." Como agravante, há a circulação de pessoas à noite, quando a visibilidade é mais baixa. Segundo ele, é necessário criar vias paralelas exclusivas para pedestres ou ciclistas. "É a lei do menor esforço. Se a pessoa tem acesso à rodovia e está tão próxima de atravessar, não vai se dar ao trabalho de ir até a passarela."

Fonte:O Estado de São Paulo

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