10 de nov. de 2009

Sojicultor argentino invade lavouras brasileiras

As retenções (imposto sobre exportações) e os efeitos negativos do clima estão fazendo com que grandes grupos argentinos intensifiquem um movimento migratório, expandindo sua área de produção no Brasil e no Uruguai. MSU, El Tejar e Los Grobo são exemplos de empresas que estão apostando no cultivo de soja para além da fronteira e, ampliando, em média, 80% da área plantada no Brasil.

O fenômeno se apresenta de forma tão significativa que em alguns casos a Argentina deixou de ser a principal plataforma de plantio.

Oscar Alvarado, presidente da El Tejar, afirmou ao jornal La Nación que a aposta no plantio em países vizinhos tem um claro significado para a companhia. "Incrementamos nossa presença no Brasil e no Uruguai. No Brasil, com um incremento de 80%. No Uruguai, subimos entre 15% e 20%", disse. A empresa luta para manter a produção na Argentina, o que está cada dia mais difícil em razão das altas taxas para exportação cobradas pelo governo e pela estiagem. No final do mês de novembro, a El Tejar irá promover uma reunião junto a outras entidades agrícolas para avaliar as oportunidades na produção e comercialização da soja no país além do curto prazo.

A Los Grobo, segunda maior produtora de soja da Argentina, também divulgou que pretende duplicar a extensão de suas terras em um período de três a quatro anos e o Brasil será o principal foco dessa expansão. Hoje a companhia realiza 50% de sua produção na Argentina, 30% no Uruguai e 20% no Brasil. "O crescimento terá de ser feito principalmente através do Brasil, porque o Brasil é onde há a maior parte do espaço físico disponível para crescer", avaliou Gustavo Grobocopatel, presidente da Los Grobo. "Nossas terras atualmente ocupam 250 mil hectares e acreditamos que a empresa deveria operar o dobro dessa área no prazo de três a quatro anos", destacou o presidente do grupo. A empresa produz 2,5 milhões de toneladas de soja ao ano, e pretende colher pelo menos 4 milhões de toneladas até a safra 2013/2014.

Grobocopatel explica que a produção na Argentina caminha para a estagnação e restam apenas 3 ou 4 milhões de hectares para expandir as lavouras, e essas são áreas, na maioria, de qualidade inferior, enquanto no Brasil há 20 milhões de hectares de áreas de primeira qualidade prontas para serem desenvolvidas. O principal executivo da Los Grobo salienta que o preço da terra é importante, mas o grau de desenvolvimento do setor agrícola no Brasil é um grande atrativo.

A Los Grobo, de controle familiar, já opera no Brasil em parceria com o fundo de investimento Vinci Partners.

Outra empresa familiar, a MSU, também quer continuar mantendo a Argentina como seu principal foco, no entanto, segundo Manuel Santos Uribelarrea, presidente da companhia, a empresa irá crescer 90% no Brasil; 15%, no Uruguai e 31%, no Paraguai. A companhia tem ainda projeção de crescimento para outros países da América do Sul.

Assim como o Brasil, o Uruguai também sofre uma verdadeira invasão argentina. De acordo com levantamento feito pela Federação Rural do Uruguai cerca de 35% do 1 milhão de hectares cultiváveis no país pertencem a produtores argentinos. Os uruguaios até criaram a expressão "sojização" para apontar o fenômeno.

"Nossa produção de soja vem se superando ano a ano e irá atingir um recorde nessa safra. Grande parte disso se deve a entrada de produtores argentinos no Uruguai. É uma presença cada vez mais importante e que acontece de forma crescente", avaliou Diego Risso, secretário-geral da Associação de Sementes das Américas (SAA), órgão uruguaio que controla a comercialização de sementes no país.

Além das altas taxas para exportação cobradas pelo governo argentino, o clima também tem se mostrado um importante complicador. Dez dos 30 milhões de hectares agrícolas da Argentina correm risco de não produzirem nada este ano.

A persistente estiagem que prejudica o país há meses, especialmente na região oeste, começa a colocar em dúvida até mesmo a produção recorde de soja. Na Bolsa de Cereais de Buenos Aires as expectativas são negativas. "Há um estado de alerta pelo clima ruim", disse Ricardo Baccarin, vice-presidente da corretora Panagrícola. Ele comentou que restam cerca de dez dias para semear a soja de primeira (a de maior rendimento) na região central do País.

A região de maior preocupação é a Província de Córdoba, onde a água é escassa até para o consumo da população. Dos 19 milhões de hectares projetados para a plantação de soja na Argentina na safra 2009/2010, segundo a Associação de Produtores de Soja da Argentina, 4 milhões estão em Córdoba.

Por falta de umidade, somente 15% da área foi instalada. "Se dentro dos próximos 15 dias não cair a chuva necessária para os solos, grande parte desses hectares serão plantados com a soja de menor rendimento", alertou Baccarin. As projeções de uma colheita de soja de 52 milhões de toneladas já estão sendo rebaixadas para 50 milhões de toneladas. Se a seca persistir, a revisão para baixo também vai continuar.

As retenções (imposto sobre exportação) e os efeitos negativos do clima na Argentina estão provocando uma invasão no Brasil de grandes grupos do agronegócio daquele país, em uma onda que alcança também o Uruguai e chega ao Paraguai.

MSU, El Tejar e Los Grobo são exemplos de empresas que estão apostando no cultivo de soja para além da fronteira argentina, e ampliando em média 80% da área plantada no Brasil. O crescimento é tão significativo que em alguns casos a Argentina deixou de ser a principal plataforma de plantio desses grupos.

Oscar Alvarado, presidente da El Tejar, afirma que a aposta no plantio em países vizinhos tem crescido aos saltos. "Incrementamos nossa presença no Brasil e no Uruguai. No Brasil, com um aumento de 80%. No Uruguai, subimos entre 15% e 20%", disse. A empresa tenta manter a produção na Argentina, mas reconhece que a tarefa é difícil, em razão das altas taxas de exportação cobradas pelo governo e também devido à estiagem.

A Los Grobo, segunda maior produtora de soja da Argentina, também pretende duplicar a extensão de suas terras em um período de três a quatro anos e o Brasil será o principal foco dessa expansão. Hoje a companhia tem 50% de sua produção na Argentina, 30% no Uruguai e 20% no Brasil. "O crescimento terá de ser feito principalmente através do Brasil, porque no Brasil há mais espaço físico disponível para expansão", avalia Gustavo Grobocopatel, presidente da Los Grobo. "Nossas terras atualmente ocupam 250 mil hectares no Brasil, e acreditamos que a empresa deveria operar o dobro dessa área no prazo de três a quatro anos", destacou Grobocopatel. A empresa produz 2,5 milhões de toneladas de soja ao ano e pretende colher 4 milhões de toneladas até a safra 2013/2014.

Grobocopatel explica que a produção na Argentina caminha para a estagnação e que restam apenas 3 ou 4 milhões de hectares para expandir as lavouras. Além disso, essas áreas, na maioria, são de qualidade inferior, enquanto no Brasil há 20 milhões de hectares de áreas de primeira qualidade prontas para serem desenvolvidas, segundo ele.

A MSU, afirma Manuel Santos Uribelarrea, presidente do grupo, planeja crescer 90% no Brasil, 15% no Uruguai e 31% no Paraguai. A companhia tem ainda projeção de crescimento para outros países da América do Sul.

Fonte:DCI - Comércio, Indústria & Serviços

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