29 de mai. de 2009

Rede paulista já nasce como a 4ª maior

A formação de associações entre redes de supermercados médios no Estado de São Paulo voltou à tona este mês, quando, para ganhar escala na negociação com fornecedores de produtos importados, além de desenvolver marcas exclusivas e aprimorar a gestão, sete empresas do interior paulista constituíram a Rede São Paulo Supermercados. Formada pelas empresas Avenida (Assis), Confiança (Bauru), Jaú Serve (Jaú), Pague Menos (Nova Odessa), Russi (Jundiaí), Savegnago (Sertãozinho) e Sempre Vale (Limeira), que somadas detêm 115 lojas e pretendem faturar R$ 3,6 bilhões neste ano - 20% a mais frente a 2008 -, a Rede São Paulo Supermercados acabou se transformando na quarta maior do setor, passando à frente da sergipana GBarbosa.

De acordo com Sebastião Edson Savegnago, presidente da nova rede e superintendente do Savegnago, a união não acarretará mudanças na administração das empresas, que permaneceram com suas operações inalteradas, nem há planos de abertura de lojas conjuntas. "Queremos incorporar novas práticas e melhorar a eficiência de áreas como marketing, recursos humanos, tecnologia e compras."

Apesar de ter características de central de compras, como a aquisição de produtos em conjunto, o executivo garante que o formato da nova rede é diferente. O modelo de negócio, porém, é semelhante ao do grupo Ricoy Supermercados - que dividiu recentemente com o Carrefour 22 lojas do Supermercados Gimenes - e a Rede SuperMarca, formado pela Kawakami, BigMart, Avenida, Amália e Proença. "A criação de uma rede no mercado paulista já era um movimento desenhado e previsível. Houve a criação da SuperMarca, mas é menor diante da rede São Paulo, cujo faturamento está na casa do bilhão", analisa Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Honda avalia que no Estado de São Paulo este movimento associativo é menor quando comparado aos centros mais distantes. Por isso, é uma tendência o surgimento dessas novas marcas para aumentar o fluxo de informação entre as redes. A Abras estima que o número de centrais de compras seja de 150 em todo o País.

As empresas que compõem a Rede São Paulo estão presentes em 53 cidades, com 115 lojas, e atendem em média 7,4 milhões de consumidores por mês. Savegnago diz que a rede será fortalecida e a disputa com a concorrência aumentará. Entre as primeiras ações, está a encomenda de materiais como sacola, bobinas e embalagens, que, por ser em volume maior, gerará economia de 15% aos cofres das empresas.

Negociação

O presidente da nova companhia ressalta que a intenção não é apertar os fornecedores em relação a preço, mas conseguir promoções exclusivas. "A ação de compra conjunta acontecerá na categoria de importados. Em relação às encomendas com a indústria nacional não haverá muitas mudanças", diz Savegnago.

O desconto no volume negociado de itens como bacalhau, atum, azeite, frutas e cebola pode variar de 10% a 15% com importadores de países como Argentina e China. Outro plano da empresa é avançar no segmento de marcas exclusivas de produtos, que cresce vertiginosamente no varejo. A ideia é negociar o volume em conjunto e criar marcas encontradas apenas nas sete bandeiras das lojas associadas. Quanto à marca própria, aquela que leva a assinatura da rede na embalagem, ela deverá abranger itens como vinho e atum, em breve.

Ainda no contexto de associações ocorridas no setor supermercadista este ano, em fevereiro as cariocas Rede Economia e MultiMarket se uniram e formaram a rede MultiEconomia. A cadeia nasceu com 109 pontos-de-venda, a maior em número de lojas no Rio de Janeiro, e planeja crescimento orgânico de 20% este ano, com a adesão de novos associados do pequeno varejo. No ranking estadual, as redes que não figuravam entre as dez maiores, deverão aparecer juntas entre as sete primeiras do próximo ano.

FONTE:DCI

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