14 de out. de 2009

A recuperação avança na indústria

A indústria está considerando que agosto marcou a consolidação da recuperação da produção. É o que conclui a Confederação Nacional da Indústria (CNI) na publicação dos seus Indicadores Industriais para aquele mês.

Pela terceira vez consecutiva, o faturamento real cresceu em relação ao mês anterior: 1,2% sobre julho, embora com dois dias úteis a menos, e uma valorização do real de 4,5% no mês. Todavia, no acumulado do ano, a produção ainda é 7,9% menor do que a do mesmo período de 2008. Além disso, só 9 dos 19 setores mostraram crescimento, com destaque para máquinas e equipamentos (+3,8%) e material elétrico e de comunicações (+17,8%).

Apesar dessa recuperação (parcial), registraram-se recuo de 1,3% das horas trabalhadas (0,2% em termos dessazonalizados) e um ritmo menor de horas trabalhadas na produção de veículos automotores.

A diminuição das horas trabalhadas certamente explica a queda de 3,3%, no mês, da massa salarial. Para os oito primeiros meses, ante mesmo período de 2008, a queda é de 2,5%. A queda nas horas trabalhadas talvez faça parte da tática das empresas, na véspera de discussões de reajustes salariais - a maior queda foi no setor da produção de automóveis (12,5%).

Uma outra explicação é que a indústria poderia ter voltado a contratar, com salários dos novos empregados abaixo da média dos antigos.

Em termos dessazonalizados, o emprego cresceu 0,7% em agosto, e foi a primeira vez no ano em que houve crescimento. Essa é uma novidade muito importante, pois o nível de emprego é o último indicador a melhorar no caso de recuperação da produção, e na maioria dos países industrializados o desemprego não cessa de crescer. Verifica-se que, mesmo nos setores em que não houve aumento do emprego, a queda perdeu intensidade.

O fator mais importante para avaliar a retomada da indústria está na redução da ociosidade do parque industrial. Em agosto a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) foi de 81,1%, ante 80,5% em julho. Retirando os elementos sazonais, atingiu 80,1%, ante 79,8% em julho.

Desde março a UCI está crescendo, mas é a primeira vez no ano que supera 80%, embora fique abaixo dos 82,7% de um ano atrás.

Tudo indica que nos últimos meses do ano a recuperação da indústria ganhará força para atender à demanda das festas natalinas.

Fonte:O Estado de São Paulo

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