15 de out. de 2009

DHL divulga estudo sobre comércio exterior e logística

Um abrangente levantamento divulgado recentemente pela DHL Express aponta tendências de recuperação do comércio internacional, no médio prazo, para o setor logístico.

Trata-se do estudo “International trade, Express Logistics and Globalization: Part and Parcel of the Solution to Current Economic Challenges” (Comércio Internacional, Logística Expressa e Globalização: parte e parcela da solução para os atuais desafios econômicos), desenvolvido pela multinacional do transporte expresso com a britânica London School of Economics.

Análise - Essa tendência de recuperação, segundo o estudo, se deve ao aumento na proporção das transações, especialmente em termos de valor, gerado pelo setor de correio expresso aéreo. O levantamento revela que o panorama em médio prazo do comércio mundial permanece forte, “embora este permaneça, na melhor das hipóteses, estagnado no curto prazo devido à baixa disponibilidade de crédito”.

O estudo sugere, entretanto, que, quando o crédito se tornar largamente disponível e o comércio reagir, o retorno das trocas comerciais não beneficiará igualmente todos os países. O CEO do Deutsche Post DHL, Frank Appel, considera o comércio essencial para o crescimento econômico e para o desenvolvimento mundial. “É estimulante observar que, no encontro mais recente do G20, todos os governos concordaram que o comércio ajudará em curto prazo, e também que é uma parte essencial e inevitável para o desenvolvimento econômico em longo prazo. Como integradores econômicos, nosso papel é fundamental para assegurar que nossos serviços atendam às crescentes necessidades de mercados desenvolvidos e em desenvolvimento”, comenta.


Os países que querem atrair empresas que utilizam remessas expressas por correio aéreo precisam não somente tentar melhorar seus custos, mas também garantir a confiabilidade e a pontualidade, alerta o estudo. Particularmente, conforme o levantamento, “os países em que os comerciantes podem pedir custos menores e uma revisão transparente de quaisquer decisões tomadas na base terão uma parcela maior do comércio mundial”.

”BRICs” - O custo do transporte marítimo e a disponibilidade dos procedimentos de revisão foram escolhidos pelo estudo da DHL com a instituição britânica como dois fatores fundamentais que influenciam o potencial econômico para atrair o comércio internacional. Resultados estes baseados em uma análise do custo e qualidade da logística na região de países emergentes BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que, segundo a análise, somam 40% da população mundial e 15% da economia mundial.

De acordo com o estudo, o custo do frete aéreo é relativamente constante para os países do BRIC em comparação com o do transporte marítimo, que varia acentuadamente pelo mundo. O levantamento avalia que os países que fornecem logística de remessa de baixo custo são mais atraentes para as empresas que, geralmente, fabricam produtos de valor baixo despachados por navio. Caso da Índia, por exemplo, que tem custos de remessa 50% mais altos que os da China, enquanto os custos de remessa da Rússia são quatro vezes mais altos.

Para o estudo, se a Índia conseguisse reduzir o custo de remessa para equiparar-se aos níveis chineses, seu comércio aumentaria 10%, enquanto que os de Brasil e Rússia subiriam 30 e 50%, respectivamente, se equiparassem aos custos de remessa da China. Neste sentido, o relatório observa que procedimentos eficientes de revisão são absolutamente ausentes nas economias emergentes, o que oferece um desafio às transportadoras que pretendem importar ou exportar mercadorias urgentes, caso de produtos eletrônicos indispensáveis de alto valor.

Para se ter uma idéia, a análise chegou à conclusão de que esses países aumentariam consideravelmente o comércio durante a recuperação pós-crise se assegurassem a disciplina e atual disponibilidade de tais revisões: crescimentos de 20%, no caso de China e Índia, a 30% (Brasil e Rússia). “Os custos de transporte e logística, em particular, superam os impostos no que diz respeito às maiores barreiras ao comércio em uma proporção de 9:1. O estudo demonstra que os países que buscam ficar à frente da próxima tendência de globalização precisam avaliar seu próprio desempenho em comparação com as melhores práticas mundiais. As economias emergentes que dependem da exportação podem aprimorar suas condições de comércio para fortalecer seus níveis de comércio internacional quando a economia se recuperar", analisa o CEO.

Em virtude do papel central da logística no comércio internacional, o estudo postula que as empresas deste setor desempenham uma função primordial na sustentação da recuperação econômica. Como investem muito em ativos, com a aquisição de aviões, navios e veículos, os custos da logística flutuam significativamente com a demanda.

Conseqüentemente, aponta o levantamento, durante a crise econômica os custos de logística diminuíram substancialmente, ajudando a aliviar o impacto total da crise para os negócios envolvidos em comércio internacional. “Seja por meio de entregas aéreas urgentes ou fornecendo suporte em nossas soluções para cadeia de suprimentos, o setor de logística se tornará essencial como elemento integrador na geração do crescimento econômico pós-crise”, destaca Appel.

Perspectivas - Por fim, vislumbrando mais adiante, o estudo prevê que o setor de correio expresso aéreo continuará a crescer proporcionalmente à recuperação no volume de crescimento de comércio. Para tanto, elege três principais áreas de potencial expansão para o segmento: a crescente demanda por serviços na indústria de saúde; a demanda por transferência de documentos no setor de serviços internacionais e a demanda por peças de reposição para equipamentos, já que, neste último caso, o cenário econômico tende a buscar mais atualizações e reparos do que substituições.

O CEO do Deutsche Post DHL considera que o correio expresso aéreo continua a ser um setor importante e de rápido crescimento. “O valor do comércio internacional aumentou 16x nos últimos 50 anos, amplamente dominado por mercadorias urgentes, de alto valor que exigem entregas pontuais. Nos últimos anos, as remessas aéreas cresceram mais que o dobro comparado aos fretes marítimos ao longo dos últimos 30 anos”, completa.

Fonte:Canal do Transporte

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