28 de set. de 2009

O impasse das estradas

A recusa da União em receber de volta as estradas pedagiadas aumenta um impasse que preocupa os usuários de rodovias no Rio Grande do Sul.

Os últimos movimentos em torno desse grave problema para a infraestrutura do Estado acumulam-se não como soluções, mas como obstáculos. A partir do veto federal à negociação do governo gaúcho com as empresas concessionárias e da decisão da governadora de exercer a opção de devolver as rodovias à União, a situação tornou-se confusa e imprevisível. Trata-se de uma questão grave, que envolve 1,6 mil quilômetros de algumas das rodovias mais importantes do Estado.

O governo do Estado atribui à União a responsabilidade de gerir os contratos e de fiscalizá-los, mas o Ministério dos Transportes, em resposta, rejeita tal responsabilidade. No impasse, imiscui-se ainda, como uma barreira a ser ultrapassada, uma dívida bilionária apresentada pelas empresas concessionárias.

Infelizmente, esse jogo de empurra inaceitável, que mascara interesses políticos não confessados, transforma a questão em problema grave para o Estado. O temor é de que, por conta desse impasse e pela intransigência das partes, a discussão seja jogada nos braços do Judiciário, o que significará uma subordinação a prazos longos e a possibilidade de recursos protelatórios. Tal situação, ruim para as partes envolvidas, é péssima para os usuários. Os contratos de pedágios e as relações nem sempre pacíficas entre concessionárias, usuários e governos já se prolongam há 15 anos, durante os quais acumularam-se dúvidas e dívidas. Em troca da prorrogação desses contratos, que vigoram até 2013, o governo estadual negociava o equacionamento das dívidas e o estabelecimento de novas obrigações para as partes.

Os gaúchos esperam que a solução para o impasse se faça com grandeza e celeridade. A intransigência, qualquer que seja sua motivação, será a pior conselheira numa questão que envolve interesses estaduais tão importantes e tão imediatos. O Rio Grande quer rodovias com qualidade e segurança e, para isso, quer pagar um preço justo.

Fonte:Zero Hora

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