1 de out. de 2009

O segundo passo

Lançada há menos de um mês em Porto Alegre, a campanha com o objetivo de valorizar o respeito à faixa de segurança pelos motoristas e o seu uso adequado pelos pedestres foi exitosa nos resultados, a ponto de a iniciativa já estar servindo até mesmo de inspiração para outros municípios.

Começa a ficar evidente, porém, a urgência de a prefeitura municipal partir para uma segunda etapa, capaz de intensificar a ação dos fiscais e também de aprofundar a educação para o trânsito, com benefício para todos.

Uma das questões ainda irresolvidas, e que justificam esse passo além, é como parar em algumas faixas sinalizadas para pedestres em avenidas de trânsito intenso, onde os próprios motoristas encontram dificuldade para interromper a marcha dos veículos.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não deixa dúvida ao se referir à questão. Quem quer que se negue a dar preferência de passagem sobre a faixa na qual o pedestre ainda não tenha concluído a travessia, mesmo com o sinal já aberto para o veículo, comete infração gravíssima.

A campanha recém lançada preocupa-se prioritariamente com as faixas nas quais não há sinal de trânsito e nas quais o pedestre tem preferência óbvia. Chegou a apostar, inclusive num gesto específico – o da mão levantada – para facilitar a passagem de quem circula a pé.

A questão é que a adesão dos motoristas não tem sido unânime, e é importante a autoridade de trânsito atentar para esse aspecto, evitando riscos para todos, especialmente para os pedestres induzidos pela propaganda a confiar na eficácia do gesto.

Historicamente, embora não se constitua em exceção, Porto Alegre é conhecida pelo trânsito competitivo e por políticas viárias voltadas mais para o automóvel do que para as pessoas. Será preciso, portanto, romper primeiro com essa cultura para permitir os avanços pretendidos com a campanha.

No caso específico da faixa, como o motorista não tem controle sobre os demais veículos, também o pedestre precisará perceber o momento adequado para interromper e para iniciar a travessia, exercendo a sua prerrogativa com sensibilidade e tolerância.

O caso paradigmático é o de Brasília, onde uma iniciativa semelhante, marcada pelo pioneirismo, revolucionou a forma de a população encarar o tráfego. A exemplo dessa experiência, Porto Alegre também precisará se mostrar persistente, insistindo na prevenção e na repressão.

Fonte:Zero Hora

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