8 de out. de 2009

Acidentes no Sistema Anchieta-Imigrantes caem quase 50%

O número de acidentes registrados no Sistema Anchieta Imigrantes (SAI) envolvendo caminhões foi reduzido quase pela metade em setembro último, em relação ao mesmo mês de 2008. Nesse período, caiu de 111 para 57 casos.

O resultado foi alcançado com a implantação, desde março do ano passado, de um conjunto de medidas pela Polícia Rodoviária Federal, pela Polícia Militar e pela Ecovias, especialmente no trecho final da Serra, do quilômetro 51 ao 54 da Anchieta. Entre as ações adotadas estão o aumento na fiscalização e cinco novas operações.

O plano para redução de acidentes foi apresentado durante a reunião semanal do Comitê de Logística do Porto de Santos. Conforme os dados apresentados, as ocorrências estão diretamente ligadas às condições climáticas(chuva e neblina), ao perfil dos caminhoneiros e ao péssimo estado de grande parte dos quase 20 mil veículos de carga que trafegam diariamente pelas rodovias em direção ao cais santista.

Essas conclusões foram obtidas a partir da análise de um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa A Tribuna (IPAT), que identificou as características dos caminhoneiros.

O levantamento denunciou que 1% dos caminhoneiros que passam pelo SAI tem mais de 65 anos; 14,1% dirigem cerca de 18 horas por dia e acabam dormindo no final da Serra; 41,7% percorrem as estradas no período noturno; 41% dormem menos de seis horas por noite; 3% bebem diariamente; e 8,7% usam drogas todos os dias para dormir.

Além disso, 13,7% dos motoristas trafegam apenas eventualmente pela Anchieta e pela Imigrante. "Em torno de 20% dos que andam pelo SAI não conhecem a Anchieta e não são treinados quando embarcam a carga. Quando os paramos, eles dizem que dá para descer, porém é a sua primeira viagem", destacou o major da Polícia Militar Antonio Carlos Biazoto Filho. Para ele, a falta de conhecimento da estrada também favorece o aumento de acidentes.

A pesquisa revelou ainda que o ano médio da frota é 1997 17,9% foram fabricados entre 1981 e 1990; 6,6%, entre 1965 e 1980; e 33%, entre 1991 e 2000. Um dos problemas destacados foi a ausência da plaqueta do Inmetro para os veículos que foram adaptados. Nesse caso, eles são apreendidos e levados ao pátio com a carga.

Diante dessas estatísticas e com a informação de que R$ 24 bilhões foram gastos com acidentes em 2006, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Militar e a Ecovias desenvolveram medidas que começaram a ser implantadas em março de 2008 e intensificadas em julho e agosto deste ano, quando foi observado um crescimento das ocorrências. "Nesse período, temos as safras de açúcar e soja, então há mais caminhões nas rodovias. Ao mesmo tempo houve muita chuva e neblina", declarou Biazoto.

Os policiais têm como foco o trecho entre os quilômetros 51 e 54 da Anchieta, onde regularmente os caminhoneiros perdem o controle dos veículos e colidem com automóveis de passeio. O major da PM mencionou também o trecho entre os quilômetros 33 e 38, que tem registrado muitos acidentes devido à neblina.

Entre as operações iniciadas pelos policiais e pela Ecovias, estão a Alcoolemia (uso do bafômetro), a Falso Comboio (nela, uma viatura segura o trânsito, reduzindo a velocidade), a Acorda Motorista (os condutores são convidados a descer, conversar e tomar café), a Vagalume (para veículos com farol queimado) e a Saneamento, para aqueles que não têm condições de rodar.

Também houve um aumento na fiscalização, com escalas extras de policiais rodoviários, e no número de palestras em empresas. Integram as ações ainda orientações aos motoristas que descem a Serra e reuniões semanais com a Ecovias.

Para os próximos meses, já estão previstas outras ações, adiantou o major Antonio Biazoto. Uma delas é o lançamento de um filme do Sistema Anchieta-Imigrantes que deverá ser transmitido aos motoristas nas empresas.

Fonte:A Tribuna

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